Comitiva de Alagoas conhece modelo de gestão do Polo Joalheiro do Pará


A diretora-executiva do Espaço São José Liberto, Rosa Helena Neves e os integrantes da comitiva alagoana. FOTO: Igama/Divulgação 

O Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro do Pará é o mais novo parceiro do Programa Mulheres Mil, desenvolvido pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Representantes do programa, do Instituto e dos municípios alagoanos de Murici e Paripueira estiveram em Belém até esta sexta (31), realizando visita técnica e intercâmbio com profissionais do Polo do Pará.

Os setores criativos do artesanato e das joias são o objetivo do grupo, que pretende levar esses conhecimentos ao Polo Joalheiro em Alagoas (AL), no campus do Ifal de Murici, a fim de beneficiar mulheres da Comunidade Pedro Tenório Raposo, atingida pelas enchentes de 2011.

Participaram do encontro Erisvaldo Ramalho, professor e diretor do campus Murici do Ifal (AL); Maria Luiza Jaborandy Dias, pedagoga e gestora institucional do Programa Mulheres Mil; Elielson Carlos Oliveira, professor de Educação Artística e gestor local do “Mulheres Mil” do campus Murici/AL; Juliana Aguiar Cavalcante Monteiro, arquiteta e professora do curso de Design de Interiores; Tereza Nascimento, secretária do Trabalho do município de Paripueira (AL), e João Muniz Nascimento, professor do curso de Design do campus Maceió do Ifal (AL).

A comitiva foi recebida por Rosa Helena Neves, diretora-executiva do Espaço São José Liberto, financiado pelo governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), e gerenciado pela Organização Social (OS) Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama). No local, o grupo conheceu as lojas do Polo Joalheiro, a capela, o Jardim da Liberdade, o Museu de Gemas do Pará e a Casa do Artesão.

Além das informações sobre o funcionamento do programa, houve troca de experiências e análise das coleções produzidas pelos profissionais paraenses. A comitiva visitou as unidades produtivas das microempresas Amajoia, Ourogema, Sila Brasila e AmazonArt, e nesta entrevistou o mestre ourives e pesquisador Paulo Tavares, inventor das gemas vegetais.

A visitas às unidades foram acompanhadas por Fábio Alves, consultor do Igama; Thiago Albuquerque, coordenador comercial do ESJL; e Luanna Alysse, gerente do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico e Organizacional (NDTO) do Espaço São José Liberto. A visitação ao Museu de Gemas, Capela São José Liberto e demais dependências do espaço teve acompanhamento da técnica do Igama, Elisângela Nascimento.

Destaque - O modelo de gestão do Espaço São José Liberto tem se destacado em todo o Brasil. Ano passado, representantes de cinco municípios do entorno de Goiás (GO) e técnicos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás (Sebrae/GO) também conheceram a instituição, e entraram em contato com as diversas experiências e inovações das joias e do artesanato comercializados no lugar, resultado de trabalho de incentivo à arte da joalheria e do artesanato tradicional e mineral feito pelo governo do Pará.

A programação da comitiva alagoana, que ficou em Belém durante toda a semana, começou com uma exposição sobre o Programa Polo Joalheiro do Pará, pela diretora Rosa Helena Neves, no auditório do espaço, onde também foi realizada uma reunião técnica sobre o projeto de qualificação profissional desenvolvido no Polo, além de relatos sobre as ações de produção e comercialização.
Rosa Helena Neves contou que o Programa Polo Joalheiro do Pará foi criado pelo governo do Estado motivado pela proposta de verticalização da produção mineral, e para organizar a cadeia produtiva de gemas, joias e artesanato.

“A partir da organização das cadeias produtivas, as atividades foram desenvolvidas seguindo três eixos: criação, produção e circulação, configurando o fluxo da economia criativa”, ressaltou ela, que também explicou como funciona a gestão compartilhada do programa.

Foi destacada ainda a dinâmica do modelo diferenciado do espaço, que une criatividade e empreendedorismo em setores como joalheria, artesanato, turismo, cultura, educação patrimonial, geração de trabalho e renda, gastronomia, artes (dança, teatro, música, literatura e outras), design, moda e manualidades.
A comitiva alagoana durante visita ao Coliseu das Artes do ESJL . FOTO: Igama/Divulgação 

Mulheres Mil – Com a apresentação de um documentário sobre o Programa Mulheres Mil, a gestora Maria Luiza Jaborandy abriu a palestra de apresentação do projeto, enfatizando a diversidade socioambiental de Alagoas, com ênfase em Murici. Segundo ela, o projeto atende a comunidades que nunca tiveram acesso à formação tecnológica e profissional.

O programa utiliza uma metodologia canadense, criada a partir da cooperação internacional entre Brasil e Canadá, sendo implantada, inicialmente, nas regiões Norte e Nordeste. A gestão do projeto é feita por coordenadores e equipes multidisciplinares, formadas por profissionais vinculados às instituições parceiras do projeto, por meio de convênios.

Segundo a gestora, o projeto tem três pilares: elevação da autoestima, elevação da escolaridade e qualificação profissional. Por ter alcançado êxito nos locais onde foi implantado, o programa recebeu convite do governo da África para expor essa experiência. “O Mulheres Mil representa para estas pessoas a possibilidade de uma vida nova, o direito de sonhar e realizar seus sonhos”, destacou.

De acordo com Maria Luiza Jaboranby, o projeto segue a vocação econômica da região e o talento das mulheres das localidades atendidas. São ofertados cursos diversos, como corte e costura, biojoias, joalheria, gastronomia, hotelaria e panificação.

“O Programa Mulheres Mil é uma grande rede social, alinhavada pela sensibilidade e costurada pela cooperação”, definiu Maria Luiza, informando que pretende direcionar este trabalho para o artesanato e a joalheria, com a possibilidade de criação de um polo joalheiro em Murici.

Confecções – O diretor do campus Murici do Ifal, Erisvaldo Ramalho, ressaltou as potencialidades do município, localizado na Mata Atlântica, onde a natureza tem atrativos diversos, como as aves e as flores tropicais.

Ele explicou que já existe um Polo de Confecções, com costureiras capacitadas no município, administrado pela Prefeitura. Rosa Helena Neves destacou que o trabalho de artesanato e joias que deverá ser implantado em Murici poderá ser fortalecido por outros setores criativos potenciais já existentes no local, como moda e manualidades.

A professora Juliana Aguiar destacou a necessidade de fortalecimento da rede de parceiros para o sucesso do programa. Entre as parcerias citadas, estão o Igama, a Secretaria Municipal de Educação e Saúde de Murici, o Serviço Nacional de Aprendizagem de Cooperativismo e o Instituto Chico Mendes (ICMBio).
Elielson Oliveira também participou do relato de experiências, e destacou a questão da formação das artesãs de biojoias, que deve seguir o eixo da sustentabilidade.

A produção das peças produzidas, segundo ele, poderá ser valorizada pela exuberância da biodiversidade da região. Elielson também frisou que o programa pretende formar agentes sociais que produzam de forma sustentável, a partir do potencial ecológico local.

Ascom/Igama 

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