Colar Mangas Mangueira, da designer Camilla Amarall, utiliza a técnica da incrustação paraense. A peça integra a Coleção "Manualidades - lapidando tendências". FOTO: João Ramid |
Experimentações, debates teóricos, trabalhos acadêmicos e as técnicas que inovam o processo de criação e confecção das joias artesanais do Pará estão relatados no livro “Joias do Pará: Design, Experimentações e Inovação Tecnológica nos Modos de Fazer”, que será lançado neste sábado (29), às 17h, no Ponto do Autor, na XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, que acontece no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, até domingo (30).
O livro resulta de uma iniciativa do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), instituição que gerencia o Espaço São José Liberto e o Polo Joalheiro do Pará, em pareceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapespa) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae), com apoio da Secretaria Especial de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável e Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).
A iniciativa foi selecionada pelo Edital nº 019/2008 – MPE, dentro do Programa de Difusão tecnológica às Micro e Pequenas Empresas Inseridas no Arranjo Produtivo do Estado do Pará.
A organização do livro ficou a cargo de Rosa Helena Nascimento Neves, diretora executiva do Igama; Rosângela da Silva Quintela, professora da Faculdade de Estudos Avançados do Pará (Feapa) e da Faculdade de Belém (Fabel); Rosângela Gouvêa Pinto, coordenadora do curso de Design, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), e Anna Cristina Resque Meirelles, diretora do Museu de Gemas do Pará, que compõe o Espaço São José Liberto.
Coleção Manualidades: Braceletes Encanto Marajoara (acima), da designer Helena Bezerra,e Guará (abaixo), de Argemiro Muñuz.FOTOS: João Ramid |
No prefácio, Regina Machado, designer de joias, professora universitária no Rio de Janeiro e consultora do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), afirma que “os relatos contidos neste livro, assim como as joias geradas pelos modos de fazer e de pensar, testemunham um jeito de se estar no mundo, a relação entre objetos e sujeitos. Ambos narram as aspirações de um tempo e um lugar. Ao futuro chegarão como produtos representativos do pensamento das primeiras décadas do século XXI, quando o design buscou reunir novamente o encantamento estético à racionalidade do pensamento tecnológico”.
Colar com quartzo fumê lapidado por Leila Salame. Foto: Igama/Divulgação |
POLO JOALHEIRO - O registro do trabalho desenvolvido para criar uma Escola de Joalheria do Pará, voltada à valorização da joia artesanal e da cultura da Amazônia, sintetiza a trajetória do Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas e Metais Preciosos do Pará, lançado em 1998 pelo Governo do Estado, e gerenciado no Espaço São José Liberto desde outubro de 2002.
A organização do setor joalheiro, a capacitação dos diversos profissionais envolvidos na cadeia produtiva; o surgimento e fortalecimento do design de joias no Estado, notadamente nos cursos de formação superior criados para esta área; o aprimoramento das peças; a divulgação desse trabalho em feiras e outros eventos, dentro e fora do Brasil; o aumento do número de profissionais vinculados ao Polo Joalheiro; as novas técnicas desenvolvidas dentro do programa e o reconhecimento da joia artesanal do Pará como um produto de qualidade e diferenciado, são resultados dos investimentos feitos pelo Estado ao longo de mais de uma década.
Segundo as organizadoras da obra, “são apresentados, neste livro, as experimentações e debates teóricos vivenciados na execução desse projeto por meio de artigos técnico-científicos, ensaios e memoriais, e suas respectivas mudanças qualitativas no processo de criação e produção das Joias do Pará. Constam desta forma recortes de algumas ações desenvolvidas, destacando os workshops internacionais, o registro das técnicas utilizadas e os debates conceituais sobre a joia”.
Lapidação diferenciada de Leila Salame. FOTO: Walda Marques |
Publicado pela editora Paka-Tatu, o livro traz textos assinados pelo designer Stefano Ricci – “A Cultura de Projeto para uma Criatividade Consciente, Livre e Poética”; o mestre ourives Claudio Franchi – “Manifesto da Escola de Joalheria do Pará” e “Sociologia, Identidade, Senso da História e Mercado para o Desenvolvimento do Design da Joia no Pará”; o professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro – “Símbolos e Imagens da Cultura Material e Imaterial no Processo de Criação da Joia Amazônica”; a gemóloga Anna Cristina Resque Meirelles e o professor da Universidade Federal do Pará Marcondes Lima da Costa – “Muiraquitãs do Museu de Gemas do Pará”; a professora Rosângela Gouvêa Pinto – “Joia Paraense: Pesquisas Desenvolvidas pelo Curso de Design do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia da Universidade do Estado do Pará – Uepa”; a professora Rosângela Quintela – “A Fabricação de Gemas Orgânicas da Floresta” e “Um Design Inovador nas Joias do Pará”; a professora Raimunda Figueiredo Silva Maia e Anna Cristina Meirelles – “A arte, o encanto e a trajetória de uma lapidária”, e a jornalista Socorro Costa – “Incrustação Paraense: Inovação no Aproveitamento da gema Orgânica na Joalheria Artesanal”.
Durante o lançamento cada convidado receberá um exemplar do livro, que, posteriormente, será doado aos autores e distribuído para universidades, faculdades e centros superiores de ensino que possuam cursos em áreas afins ao Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas e Metais Preciosos do Estado do Pará, como os de Design, Artes Visuais, Arquitetura e Turismo. O livro também será doado para bibliotecas, bem como para entidades parceiras do Espaço São José Liberto/Igama.
SERVIÇO: Lançamento do livro “Joias do Pará: Design, Experimentações e Inovação Tecnológica nos Modos de Fazer”. Sábado (29), às 17h, no Ponto do Autor, na XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar. Entrada franca. Realização: Igama, e Governo do Estado/Secti e Fapespa, e Sebrae-PA.
Ascom/Igama
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