Embaixatriz de Israel destaca importância do Polo Joalheiro do Pará

A embaixatriz Batia Eldad (centro) e comitiva do governo são recebidas por Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama
A embaixatriz Batia Eldad, esposa do embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, que cumpre agenda de trabalho no Pará, visitou o Espaço São José Liberto na tarde desta terça-feira (24). Acompanhada de comitiva do governo do Estado, a embaixatriz foi recebida por Rosa Helena Neves, diretora executiva do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), e por Thiago Gama, coordenador Comercial. “Eu sinto uma grande alegria de ver o governo ter um projeto tão lindo, tão educativo como esse, que junta muitos tipos de trabalhos e produtos. Não só o espaço, os produtos, mas a ideia. Tinha que se fazer uma cópia dele em outros Estados”, enfatizou a embaixatriz após conhecer as gemas, as joias e o artesanato comecializados no São José Liberto.

A visita começou pela Capela, de onde o grupo seguiu para o Museu de Gemas do Pará, vinculado ao Sistema Integrado de Museus (SIM), da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). O museu tem um dos mais completos acervos arqueológico e gemológico do Brasil, com cerâmicas, rochas, gemas e joias da região, com destaque para o quartzo opalescente araguaia (opala facetada) e as ametistas.

Nas cinco salas do Museu, Batia Eldad conheceu e encantou-se com a riqueza do acervo de cerâmicas arqueológicas, gemas minerais do Pará e de outras regiões da Amazônia. “Eu adoro as pedras, que para mim são energia, mais que tudo. Gosto de sentir as pedras”, disse a embaixatriz.

Atenta às explicações de Alexandre Cordovil, monitor do museu, a embaixatriz conheceu detalhes da classificação das gemas minerais ou naturais da região Amazônica, gemas sintéticas ou artificiais e gemas orgânicas (conchas, sementes, corais, ossos, chifres etc.).

No museu, a embaixatriz também conheceu peças de coleções confeccionadas pelos profissionais do Polo Joalheiro - joias com metais preciosos e gemas orgânicas, inspiradas nas culturas marajoara e tapajônica, incluindo a religiosidade do povo paraense.

Thiago Gama explicou que a coloração de alguns pingentes na forma do muiraquitã, obtida com o resíduo de outro processo, era exemplo de uma das técnicas diferenciadas desenvolvidas por profissionais do Polo Joalheiro.

A beleza e a história das instalações do São José Liberto, que incluem o Museu Gemas do Pará, o Polo Joalheiro e a Casa do Artesão, foram observadas pela embaixatriz Batia Eldad, que ressaltou a criatividade de tantos artistas e criadores reunidos em um só espaço.
O monitor Alexandre Cordovil fala sobre o acervo do Museu de Gemas do Pará para a embaixatriz de Israel
PROGRAMA - Rosa Helena Neves explicou que o São José Liberto, inaugurado em 11 de outubro de 2002, é o ponto de referência do Programa de Gemas e Metais Preciosos, mantido pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom). “É uma experiência única no Brasil. É um comprometimento do governo do Estado com este projeto, para manter e investir neste espaço turístico, cultural, de geração de renda, com ações de capacitação, mercado e inovação tecnológica”, ressaltou a diretora executiva.

Em seguida, o grupo visitou o Jardim da Liberdade, com destaque para o grande quartzo, de 2,5 toneladas, colocado no centro da fonte. Depois, a embaixatriz conheceu a Loja UNA, gerenciada pelo Igama, que expõe e comercializa o trabalho de 39 produtores, entre designers, ourives e lapidários atendidos pelo programa.

Thiago Gama mostrou detalhes de técnicas desenvolvidas pelos profissionais do Polo, como a gema vegetal, que pode ter várias cores, com a dureza similar a uma pérola, criada pelo pesquisador e ourives Paulo Tavares, por meio de um processo de aproveitamento de resíduos descartados na natureza. A embaixatriz conheceu também a lapidação diferenciada, criada pela lapidária Leila Salame, que utiliza grafismos marajoaras em cristais, ametistas e outras gemas. Leila é a única lapidária a fazer este tipo de trabalho.
Thiago Gama, Rosa Helena Neves e Batia Eldad durante visita da embaixatriz ao São José Liberto

ARTESANATO - A comitiva também visitou a Ilha de Ourivesaria e o Coliseu das Artes, onde acontecem eventos culturais e sociais, e conheceu as várias tipologias do artesanato paraense comercializadas na Casa do Artesão - manualidades, adornos, bolsas, sapatos e peças decorativas e utilitárias, criadas por artesãos de várias regiões do Pará e comunidades indígenas.

Sementes como a jarina, conhecida como marfim vegetal, chamaram a atenção da embaixatriz, assim como os brinquedos de balata (tipo de látex) e de miriti (palmeira da região), e as réplicas de cerâmicas arqueológicas e tradicionais, feitas por 50 produtores paraenses. Ao todo, 392 artesãos, de 43 municípios paraenses, expõem e comercializam seus produtos na Casa do Artesão.

Ao final da visita, a embaixatriz recebeu como cortesia um kit contendo uma gema vegetal de abacaxi, catálogos de diversas coleções lançadas pelo Polo Joalheiro e uma bolsa da designer Rosa Leal, confeccionada com fibra de tururi e madeira certificada.

Ela disse que iria sugerir à comitiva de embaixadores que conheça o São José Liberto, e informou que já tentou marcar seu retorno ao Pará no período do Círio de Nazaré.

FOTOS: CARLOS SODRÉ/AG.PARÁ

Ascom/Igama




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