Designers de joias conhecem a riqueza da flora amazônica no Museu Goeldi


"Mas se Deus é as flores e as árvores / E os montes e sol e o luar, / Então acredito nele ...". Nos versos de Alberto Caeiro, um dos heterônimos do poeta Fernando Pessoa, a relação do homem com a natureza é direta, um canal de comunicação universal. Essa aproximação entre a razão e o sentimento mágico, tão presente no dia a dia da Amazônia, vai nortear a criação da coleção de joias "Metamorfose", inspirada na riqueza da botânica da região, preservada e estudada no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), uma das mais importantes instituições científicas do mundo.

Um trabalho realizado por profissionais vinculados ao Polo Joalheiro do Pará, sob a coordenação da arquiteta e consultora de Design de Joia e Estilo, Regina Machado, que será lançado na VIII Pará Expojoia – Amazônia Design, a feira de joias realizada no Espaço São José Liberto, promovida pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), com apoio do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).



Na manhã desta quinta-feira (25), Regina Machado, designers e demais profissionais que participam do workshop de geração de peças para a coleção da VIII Expojoia fizeram uma visita monitorada ao Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, conhecendo espécies nativas da flora regional, e outras que se adaptaram ao solo amazônico. "Estou me sentindo em casa", disse o ourives e pesquisador Paulo Tavares, nascido no Arquipélago do Marajó e já familiarizado com a riqueza da flora amazônica. A produtora Helena Santiago, natural de Oriximiná (município do oeste paraense), que já produziu uma coleção de joias inspirada nas Helicôneas, também reconheceu várias espécies e se identificou com o cenário do parque.

Curiosidades - Mas entre palmeiras, tajás e árvores de grande porte, como as gigantescas samaumeira e castanheira do Pará, o guia Alcemir Ayres, do Serviço de Educação do Museu Goeldi, foi revelando curiosidades, como a Caiauê, chamada de “árvore que anda”, o Guajará (única árvore nativa da área do parque), a paxiubeira (com suas raízes aéreas) e o pau-mulato, que se desfaz das cascas e deixa o tronco liso. Para Rosa Leal, que utiliza muito a fibra do tururi em suas peças, ver de perto a palmeira ubuçu, de onde é retirada a fibra, foi um momento único. “Estou realizada”, disse ela, que nasceu no Rio de Janeiro, mas reside há muitos anos em Belém.

O mesmo sentimento foi manifestado pela portuguesa de nascimento, Celeste Heitmann, e pelo colombiano Argemiro Muñoz, ambos profissionais de criação de joias e acessórios de moda do Polo Joalheiro do Pará.

Para Regina Machado, a visita ao Museu Goeldi foi um privilégio e um aprendizado. Segundo ela, após essa experiência não faltarão elementos de inspiração ao grupo.

O workshop, que começou na quarta-feira (24) será concluído nesta sexta-feira (26), no auditório do São José Liberto. Ainda na tarde desta quinta-feira, o grupo visitará o Campo de Pesquisas do MPEG, onde conhecerá as espécies do Herbário João Murça Pires.

Também participaram da monitoria na visita ao Parque Zoobotânicos guias Alan Santos e Priscila Resque.



Ascom/Igama
Fotos: Divulgação/IGAMA




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