Profissionais do Polo Joalheiro criam coleção para a Casa Cor Pará

“O Brasil não tem apagão de mão de obra para artesanato”, afirma a jornalista e consultora de Moda, Design e Imagem Cristina Franco, ao ressaltar o potencial de geração de renda da atividade artesanal no Brasil. Até a próxima sexta-feira (15), ela coordena o processo de criação de uma coleção de joias e acessórios, que será lançada na Casa Cor Pará, em setembro.

Do Workshop Moda, Design e Manualidades participam 25 profissionais vinculados ao Polo Joalheiro, entre designers, artesãos e produtores de joias. No desenvolvimento do trabalho Cristina conta com a parceria da artesã Mônica Carvalho.

A coleção será concebida a partir do conceito de manualidades, com peças produzidas manualmente, obedecendo a um alto padrão de qualidade na execução. Diferentemente do conceito artesanal, disse ela, esse produto não precisa dar continuidade a elementos culturais.

Segundo Cristina Franco, pioneira na cobertura de eventos de moda e comportamento na televisão brasileira, durante muito tempo o Brasil teve dificuldade em conhecer as potencialidades do país e, mais ainda, em assumir essa brasilidade. Como exemplo, ela cita a fibra do tururi (retirada de uma palmeira amazônica chamada Ubuçu), ainda pouco conhecido no Brasil e no exterior, mas que pode resultar em uma grande contribuição para o mercado de moda nacional.

Saberes e fazeres - A utilização do tururi na confecção de bolsas, cintos, carteiras e outros acessórios foi mostrada no primeiro dia do workshop (12) pela produtora Rosa Leal, cujo trabalho já ilustrou páginas de revistas importantes no cenário da moda, como a Vogue.

Esse modo de saber amazônico, com aproveitamento de uma diversidade de matéria primeira oriunda da floresta, é o que Cristina pretende valorizar nas peças da coleção. Segundo ela, as joias e os acessórios criados pelos participantes do workshop vão expressar a “linguagem do Pará, dentro de uma visão contemporânea”, para ser entendida e aceita pelo cliente local e além das divisas do Estado.

Segundo a consultora, a Casa Cor é um evento nacional, que acontece pela primeira vez em Belém, dando visibilidade e abrindo mercados à produção local.

Para a jornalista, a Amazônia detém uma “uma fantástica matriz indígena” e múltiplas iconografias, que podem ser usadas na moda e em outros segmentos criativos e geradores de renda. “No Polo há trabalhos muitos interessantes e profissionais muito criativos”, disse ela, que sempre visita o Espaço São José Liberto em suas visitas a Belém. Cristina é casada há oito anos com um paraense.

Criatividade - Realizado no auditório do Espaço São José Liberto, o workshop também contou no primeiro dia com as experiências do ourives e produtor de joias Argemiro Muñoz, que expôs como retrata os elementos da cultura amazônica em suas peças. “É preciso trabalhar a criatividade, o exclusivo”, enfatizou Cristina Franco, ao mostrar aos participantes a necessidade de preservar e valorizar os fazeres e saberes tradicionais.

Após Argemiro, o ourives e pesquisador Paulo Tavares mostrou uma parte do trabalho de produção de gemas com resina vegetal, e Virgílio Moura falou sobre o aproveitamento de sobras de madeira da região na confecção de objetos decorativos e acessórios.

Nesta quinta-feira (14), um dos expositores será o artesão Duda Saldanha, de origem indígena, que mora no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.

Serviço: Workshop Moda, Design e Manualidades com a jornalista e consultora Cristina Franco. De 12 a 15 de julho, das 09 às 12h e das 14 às 18h, no Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas).



Ascom/Igama




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