Produção joalheira incentiva a atividade turística


Único produtor mundial de topázio imperial, segundo maior produtor de esmeralda e registrando importantes jazidas de ametista, turmalina, citrino, ágata e outras gemas minerais, o Brasil tem um dos maiores potenciais do planeta para transformar sua produção joalheira em fomento para a atividade turística. Nesse contexto, o Pará se destaca entre os Estados da federação com infraestrutura e um produto diferenciado para conquistar mais esse nicho de mercado.

A “Criação e Produção Joalheira como Estratégia de Fomento ao Turismo na Cidade de Belém” foi o tema da palestra de Fernando Cortés, que abriu na tarde desta quinta-feira (10) o VI Encontro do Setor Joalheiro do Estado do Pará, que reuniu a programação técnica e científica da VI Pará Expojoia – Amazônia Design, a feira de jóias realizada até o próximo domingo (13), no Espaço São José Liberto.



Consultor do Instituto de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) e com 30 anos de experiência no ramo joalheiro, Fernando Cortés explicou aos profissionais do Pará os motivos que fazem da joia um importante fator de incentivo ao turismo. Segundo ele, a joia faz parte da história da humanidade pelo menos há 70 mil anos, tempo de existência do colar de seis conchas, encontrado na África do Sul e considerado o mais antigo do mundo conforme artigo publicado na conceituada revista Science.

Com a descoberta do ouro, há aproximadamente 6 mil anos, seguida pela descoberta da prata, o homem passou a perpetuar nos metais seus rituais religiosos, as ações do cotidiano, o ambiente ao seu redor, conforme mostram peças expostas no Museu da Colômbia e no Museu do Ouro, no Peru.

“Ao contrário de um objeto decorativo, que compramos para enfeitar uma parede ou qualquer outro canto da casa, a joia usamos no corpo, e na maioria das vezes, marcando momentos importantes de nossas vidas”, ressaltou Fernando Cortés.

Imagem do Brasil – Segundo o palestrante, a forma como o Brasil é visto no restante do planeta também é importante para fortalecer a joia como elemento turístico. Além do futebol,do samba, da biodiversidade, o Brasil é associado pelos estrangeiros à alegria, à cordialidade e ao colorido de suas gemas minerais.

Diante do imenso potencial gemológico registrado, o Ministério do Turismo vem desenvolvendo um programa que visa agregar essa riqueza mineral à imagem do país, aproveitando o fato de o Brasil responder por 1/3 da produção mundial de gemas.

Outra linha de investimentos é no beneficiamento das gemas, para que o país passe da condição de exportador de material bruto para a de exportador de gemas lapidadas e joias.

Ea jóia brasileira, ressaltou Fernando Cortés, chama a atenção do mundo não só pela qualidade das gemas, mas pelo design próprio, que mostra movimentos e sensualidade, e pela utilização de matéria prima alternativa (couro, resinas, sementes, fibras etc.), setor em que o Polo Joalheiro do Pará se destaca.

Belém - Cortés falou ainda sobre o potencial turístico da cidade de Belém, com suas heranças indígenas, patrimônio arquitetônico, rituais religiosos e belezas naturais. Um cenário que, para o palestrante, coloca a Pará Expojoia como “um símbolo para a produção joalheira local”.

A sustentabilidade foi outro tema abordado na palestra. “A saúde do planeta depende da preservação das riquezas naturais”, ressaltou. Segundo o consultor, os produtores precisam estar atentos para uma exigência do mercado atual – o consumo de bens certificados, com procedência definida – o que pode transformar a joia em um ícone do movimento pela sustentabilidade.

“A joia está inserida em um movimento cultural, e a joia do Pará, com sua característica artesanal, autoral, se destaca pela criação artística dos profissionais envolvidos”, enfatizou ele, também frisando a interação entre a produção joalheira e a história do prédio onde o Polo Joalheiro está instalado (uma construção datada de 1749).

O Ministério do Turismo pretende incluir, até 2020, o Brasil entre os 10 primeiros destinos turísticos do planeta. Só em 2008, o turismo internacional movimentou no país US$ 6 bilhões. Quanto ao turismo interno, a meta é chegar a R$ 217 milhões em 2010, gerando 1,7 milhão de empregos diretos no setor.

Serviço: VI Pará Expojoia - Amazônia Design. Até domingo (13), no Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro do Pará. Visitação de 09 às 21 horas, com entrada franca. Realização do Igama e Governo do Pará/Sedect, com patrocínio do Sebrae-PA e apoio do IBGM.

Ascom/Igama




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