Joias inspiradas nos 400 anos de Belém são destaque no 4º Festival do Chocolate


Mais fotos em nossos álbuns:  joias  e  fotos do evento 

Maxicolar da coleção "Nostalgia", criada por Ivam Silva, com inspiração nas luminárias da Praça do Relógio do Mercado Ver-o-Peso.  Foto: João Ramid AIB  

A apresentação da coleção “Joias na Belém 400 anos: cultura, história e natureza”, marca a participação do Polo Joalheiro do Pará, que funciona no Espaço São José Liberto, no 4º Festival do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2016, renovando a parceria firmada entre as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e os empreendedores do Programa Polo Joalheiro. A abertura do evento foi feita nesta quinta-feira (22), às 19h, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, com entrada franca. 

Com 39 peças, a coleção reflete a memória e história de Belém, sua cultura e natureza, mediados pela arquitetura, floresta e outros aspectos da cidade e seu patrimônio arquitetônico. As joias foram criadas e produzidas por 28 designers, ourives, lapidários e demais empreendedores criativos e empresas que participam do Programa Polo Joalheiro, sendo repleta de referências e inspirações afinadas pelo esforço desse coletivo criativo que promove as belezas da cidade de Belém. 

A ambientação e concepção da exposição foram feitas pela equipe técnica do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama): Thiago Albuquerque, coordenador tecnológico e organizacional do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico e Organizacional do Igama (NDTO) do Igama; Luanna Alysse e Clarisse Fonseca, respectivamente, gerente do NDTO e consultora da Curadoria do Igama. 

Inspirada nos ladrilhos e nos azulejos portugueses que marcam a história arquitetônica de Belém, o centro da mostra destaca um painel com azulejos portugueses, construído a partir de estamparia criada pela empreendedora criativa Renata Gonçalves, da empresa Tucrias, que integra o APL de Moda e Design – Polo Metrópole/PA e o Programa Polo Joalheiro do Pará. 


 Stand de artesanato e mostra de joias do Polo Joalheiro no festival. Foto: Ascom Igama

A exposição dessa coleção, atendendo a um convite da Sedap, integra a programação em homenagem aos 400 anos de fundação de Belém, tema do 4º Festival. A organização do evento pretende proporcionar aos visitantes um panorama da história da capital paraense a partir de espaços que mostrarão alguns de seus principais pontos turísticos, como a loja Paris N’América, a Praça Batista Campos, o Mercado Ver-o-Peso, o Complexo Feliz Lusitânia e o Theatro da Paz.

Identidade 

Para a designer e consultora Regina Machado, “as joias são eficientes operadoras do sentido da identidade das pessoas, das coisas do mundo”. Sob esta direção antropológica e estética, a coleção retrata a diversidade cultural de Belém, com sua arquitetura de ferro, praças, pisos, coretos e postes de iluminação, flores e outras riquezas naturais.

A coleção traz a peculiaridade dos processos de ourivesaria artesanal e vários tipos de lapidação, como briolet, gota, navete e cabochão. As gemas usadas - quartzos hialinos, cornalina, ágata vermelha, jade, quartzos leitoso, branco, fumê e verde, esmeraldas, ametistas, crisoprásios, hematita, citrinos, rubi, green gold e perólas barrocas -, conferem elegância às joias. A coleção também destaca a inovação das gemas vegetais, criadas pelo pesquisador e mestre ourives Paulo Tavares, do Polo Joalheiro.
Mostra do Polo Joalheiro no festival do Chocolate. Foto: Ascom Igama

Durante o processo de criação da coleção “Joias na Belém 400 anos”, foram desenvolvidas diversas direções criativas nas etapas de preparação, geração e seleção de ideias e revisão, de maneira que os conteúdos culturais, da natureza e história da cidade, levantados durante a pesquisa, fossem gerados por meio do design - considerado, neste processo de produção de joias, uma ferramenta que agrega inovação, identidade cultural, valores estéticos e diversidade cultural.

Em um evento em que as flores também brilham, o charme tropical da helicônia, exemplar da flora regional, inspirou a concepção dos brincos e pingentes em prata com incrustação paraense denominados “Helicônia Tropical” e “Bastão do Imperador”. O projeto é da designer Lídia Abrahim e as joias são da empresa HS Criações, de Helena Bezerra. A helicônia também inspirou Lídia a criar e produzir brincos e maxicolares, que destacam a composição com marchetaria - técnica de ornamentação de superfícies planas, através da aplicação de materiais diversos, como madeira, metais e madrepérola. 
Brincos "Helicônia", criados pela designer Lídia Abrahim destacam a técnica de marchetaria. Foto: Mário Camarão 
As joias e a cidade 

Gradis, ladrilhos, luminárias do período da Belle Èpoque, os Mercados de Carne e de Peixe, no Ver-o-Peso, também são retratados em peças da coleção, como no colar “Mercado Verde”, em ouro e gema mineral crisoprásio, criado e produzido por Rosa Castro, com ourivesaria de Amazon Art Joias, a partir do olhar da designer para a vidraçaria do Mercado de Carne.

Colar "Mercado Verde", de Rosa Castro. Foto: Rodolfo Oliveira - Agência Pará

O conjunto "Nostalgia", de brincos, colar e pingente em prata com quartzo hialino, foi criado pelo designer Ivam Pereira Silva, com ourivesaria de Francisco de Assis, inspirado nas luminárias da Praça do Relógio, no complexo do Ver-o-Peso, fabricadas em 1893 e instaladas nos quatros cantos da praça.
Brincos "Nostalgia". Foto: João Ramid AIB

Em prata com gema vegetal de pimenta, a designer Marcilene Rodrigues criou a coleção “Ver-o-Peso”, produzida por sua empresa. Os brincos, colar e bracelete têm como inspiração o cotidiano do famoso mercado, representado pela gema de pimenta. Os traços da prata envelhecida remetem a galhos e ao urubu, ave que se incorporou ao cenário do local.

Coleção "Ver-o-Peso", de Marcilene Rodrigues. Fotos: João Ramid AIB. 

A coleção também inclui o colar, pingente e anel “Iluminar”, em ouro com seis ametistas, craição e produção da designer Bianca Kuroki, com ourivesaria da empresa Ourogema e lapidação de Leila Salame. De acordo com a designer, o conjunto foi inspirado em elementos decorativos, lustres e arabescos de metal das paredes do Teatro da Paz, com toda a sua exuberância, mas com uma leitura delicada e contemporânea.

Os visitantes da mostra também poderão ver o anel “Cisne Encantado”, em prata com quartzo fumê em formato navete. Criada e produzida pela designer Ivete Negrão, com ourivesaria de Ednaldo Pereira, a joia foi inspirada na fauna amazônica e o misticismo que a rodeia.
Anel "Cisne Encantado". Foto: João Ramid AIB
Anel "Iluminar". Foto: João Ramid AIB

Também integram a mostra os brincos da coleção “Emoções Amazônicas”, de Celeste Heitmann, em ouro com esmeraldas, ourivesaria de Joelson Leão e lapidação de Leila Salame. Na mesma coleção a designer também criou e produziu maxicolar em prata com lápis lázuli e porcelana antiga, com ourivesaria de Joelson. As joias foram inspiradas na herança cultural de Belém, destacando a forte influência portuguesa por meio de azulejos e outros detalhes, e o Palacete Pinho.

Colar criado pela designer Celeste Heitmann. Foto: João Ramid AIB
Brincos "Santa Helena Magno", de José Leuan. Foto: João Ramid AIB

Além de designers, criadores, produtores, lapidários, empresas e ourives do Programa Polo Joalheiro do Pará, participa da coleção o estudante de designer José Leuan, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), parceira do Polo Joalheiro do Pará. Leuan criou os brincos “Preciosidades do Pavilhão” e “Santa Helena Magno”, além do pingente “Ladrilhos da Música”.



Imersão criativa 

Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama, que gerencia o Espaço São José Liberto, informa que a coleção começou a ser concebida em 2015, durante o workshop de geração de produtos da coleção de joias “Belém 400 Anos”, que teve à frente a designer e professora do curso de Design da Uepa, Rosângela Gouvêa, além da visita coordenada pelo historiador e fotógrafo paraense Michel Pinho, por alguns bairros de Belém.

“A partir de uma imersão histórica foram criadas joias alinhando história, memória, cultura e natureza. Belém, como grande parte das cidades brasileiras, é multifacetada em sua arquitetura e forma de organização urbana. Quando soubemos do tema central do 4º Festival do Chocolate e Flor Pará 2016, como forma de mais uma vez brindar a cidade com o trabalho desse coletivo, reeditamos a coleção, selecionando algumas peças e incluindo novas criações, para o festival”, conta Rosa Neves.

De acordo com Thiago Albuquerque, coordenador Tecnológico e Comercial do Igama, a venda de joias vem registrando bons números nos últimos anos, mesmo com a redução registrada em 2016 devido ao panorama político e econômico do país. “Em relação ao Festival do Chocolate, também temos tido um bom crescimento. Essa parceria da flor, do chocolate e das joias tem sido muito boa. No último ano, tivemos um crescimento de 127% nas vendas comerciais (de joias e artesanato) no período do festival. A gente consegue ver a maturidade do evento, vinculando os setores envolvidos, e isso fortalece a economia criativa, que é a produção básica no São José Liberto”, ressalta o coordenador.
Zinda Nunes, Hildegardo Nunes, titular da SEDAP, e Rosa Neves, diretora do Igama/Polo, na abertura do festival. Foto: Ascom Igama

Expectativas

Ao lembrar que as mulheres são o público-alvo do Polo Joalheiro, por serem as maiores consumidoras de joias, Thiago Albuquerque destaca que as expectativas para o festival, este ano, são as melhores possíveis. “É o presente que toda mulher sonha: uma joia, um chocolate e uma flor. Acredito que o evento tem tudo para dar certo. As pessoas têm que frequentar a feira para ver as novidades nos três setores, especialmente da joalheria do Estado, produzida quase que 100% de forma artesanal, fortalecendo toda a cadeia produtiva dessa economia”, afirma.

Participam da coleção os seguintes profissionais designers, criadores, produtores, lapidários, empresas e ourives do Polo Joalheiro do Pará: Bianca Kuroki, Brenda Lopes, Celeste Heitmann, Ivam Silva, Ivete Negrão, Joseli Limão, José Leuan, Mônica Matos, Rosáurea Simões, Rosa Castro, Felipe Braun, Lídia Abrahim, Layse Lobatto, Marcilene Gomes, Ourogema, Francisco Assis, HS Criações e Design, Sila Basila, Jod Joias, Da Natureza, Contemporâneo Design, Yemara Atelier, Bellart Joias, Amazon Art Joias, Realiza Joias, Leila Salame, Paulo Tavares, Emerson Bezerra, Joelson Leão, Sérgio Marques e Ednaldo Pereira, Camilla Amarall e Cristiano Tavares.

A Sedap promove o evento, em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Federação da Agricultura do Estado do Pará (Faepa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Federação do Comércio do Pará (Fecomércio), Igama, Serviço Nacional do Comércio (Senac), Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-PA) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater).

Serviço

A programação completa do 4º Festival do Chocolate e Cacau da Amazônia e Flor Pará 2016 e os horários de funcionamento de cada espaço estão disponíveis nos sites www.festivaldochocolate.com e www.florpara.com.br. Mais informações com a Ascom do Igama: (91) 3344-3509 – (91) 98300-3961 – (91) 99301-3961 (Luciane Fiuza e Emilly Furtado).

Por Luciane Fiuza



Ascom Igama




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