Colar "Amamazônia Ama", da coleção "Universo do Lugar", do Programa Polo Joalheiro do Pará. A joia inspirou a criação do personagem Coração Amamazônia. Imagem: Ascom Igama - Divulgação
O que joia, cinema e Amazônia têm em comum? O curta-metragem premiado “Pindorama” pode dar a resposta nos seus quase oito minutos de duração. Ao comunicar beleza, cores, brilho e criatividade, mensagens de amor e proteção à natureza, a película tem direção da socióloga, designer de joias e escritora Circe do Socorro, que conseguiu, pela Sétima Arte, unir paixões que norteiam sua vida. O resultado do projeto, que conta com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e ao Esporte Amador Tó Teixeira e Guilherme Paraense, poderá ser conferido nesta quinta-feira (3), às 18h10, no Cinema Olympia (Presidente Vargas, 918, Campina).
Inspirado na preservação da floresta amazônica, o roteiro é conduzido
pelo personagem Pind, o guardião da floresta, que foi criado a partir de um
brinquedo perdido por uma criança. “É um filme educativo, dançante, envolvente,
surpreendente. É também um alerta para salvar a vida das nossas crianças e do
belo, doce e exótico mundo animal e vegetal, que forma a nossa Amazônia”, explica
a diretora, informando que o trabalho de pesquisa foi baseado no resgate dessa
cultura e do conhecimento antropológico sobre a origem da civilização amazônica
brasileira. A atriz e escritora Ruth Cruz dá voz ao Pind.
Já com alguma experiência na área do design, Circe começou, no ano de
1987, a desenhar projetos de joia e de moda (croquis). Em 2006, passou a
integrar o Programa Polo Joalheiro do Pará como designer e produtora de joias
com a identidade da Amazônia. Assim, aprimorou o olhar e teve a produção
exposta e reconhecida dentro e fora do Pará. Nesse universo, ao pesquisar temas
para a criação de seus projetos de joalheria, as lendas que originaram a
Amazônia e o Brasil conquistaram a sua atenção e tornaram-se fonte central de
inspiração.
Circe do Socorro, diretora do Pindorama. Foto: Ascom Igama - Divulgação |
Em 2007, inscrita no edital Imagina só!, do Governo do Estado, Circe do
Socorro publicou o livro “Amazônia Minha – O Canto do Encanto”, agraciado com o
prêmio de literatura infanto-juvenil para novos escritores pelas secretarias de
Estado de Cultura (Secult) e de Educação (Seduc). O conto “O Começo do Mundo”, que
integra o livro, foi o ponto de partida para o projeto do filme. A história
mostra a versão indígena sobre como o homem branco ingressou no universo da
floresta e como se deu o início da devastação da Amazônia.
Posteriormente, as histórias contadas nas páginas do livro ganharam
movimento e se transformaram na série de desenhos animados que forma o
“Pindorama”. “Projetei as ilustrações, o roteiro e a trilha sonora e parti para
a produção, junto com toda a equipe que participou. Nos empenhamos para dar o melhor
de nós, superando as dificuldades para gerar um produto de qualidade”, relembra
a diretora.
As joias não poderiam ficar de fora do novo projeto. Muitas de suas
criações fazem parte do figurino dos personagens do filme. Uma delas, o colar
“Amamazônia Ama”, pode ser considerada a joia mais representativa dessa
coleção, por materializar a história do curta, dando origem ao personagem
Coração Amamazônia. O colar em ouro (branco e amarelo) e prata esmaltada, com
turmalinas verdes e diamantes, integra a coleção Universo do Lugar, do Programa
Polo Joalheiro do Pará. O pingente tem o formato de um coração com braços e
pernas, sendo formado por outros corações. A peça retrata esse afeto pela
criação, pela vida que nasce em meio à grandiosidade da Amazônia. “É o
amor pela floresta em todos os sentidos: ao olhar, tocar, cheirar, comer,
olhar, ouvir e pisar com amor!”.
Como as paixões se misturam na vida de Circe, no meio do processo de
criação da película, também aconteceu o caminho inverso. A diretora criou e
produziu joias inspiradas no livro-base do roteiro do curta premiado, como
colares e anéis. As peças são representadas na animação.
Joias e personagens – O Anel “S. O. S. Ama”, que inspirou
o anel fictício S. O. S. Star, em prata diamantada e ouro amarelo com topázio
azul, integra a coleção de mesmo nome e representa um alerta para salvar a Amazônia, o planeta e a
vida. A joia nasceu a partir das formas e movimento das serpentes, como símbolo
da vida. Ao circular pelos rios, água e animal fundem-se em um só elemento, na
forma de uma grande onda ou de um “S”.
Já o colar “Arte Plumária Munduruku” foi
inspirado na lenda “O Começo do Mundo na Amazônia”, que cita a bela arte
plumária dos índios da tribo Munduruku, que segundo a lenda, causava inveja nas
tribos vizinhas. A peça é toda em ouro amarelo com ametistas e diamantes.
Anel "S.O.S. Star". Imagem: Ascom Igama - Divulgação
Colar "Arte Plumária Munduruku". Imagem: Ascom Igama - Divulgação
“Pindorama” também tem como proposta contar um pouco da história do
surgimento do país e suas denominações antes de chegar a se chamar Brasil. O
roteiro, situado entre os séculos XIV e XXI, fala também das palmeiras da
Amazônia, como o Açaizeiro, presentes na região antes da chegada de Pedro
Álvares Cabral – que inspiraram os personagens Açailet’s.
Uma das joias
mostradas no curta, o anel "Pindorama", faz referência ao título e ao primeiro
nome do Brasil na língua Tupi Guarani, que significa “terra ou região das
palmeiras” (pind/ palmeira e rama/ terra). O objetivo do projeto, de acordo com
a diretora é ainda despertar em crianças e adultos a vontade de conhecer mais
sobre a cultura regional, preservar as florestas e respeitar as populações que
nela habitam.
Anel "Pindorama". Imagem: Ascom Igama - Divulgação
Serviço: Exibição do curta-metragem de animação “Pindorama”, dirigido por Circe do Socorro. Quinta-feira (3), às 18h10, no Cinema Olympia (Presidente Vargas, 918, Campina). Entrada franca. Censura livre. (Com informações do site www.pindoramaofilme.com)
A realização é de S.Montoril – projetos, construções e consultoria, com patrocínio da Prefeitura de Belém (PMB), Fumbel, Lei Tó Teixeira e Guilherme Paraense, Métrica Imagem, Sol Informática, Mac Point, Morning Star – cursos e tradução, Madame Dri e Panificadora Moura.
Luciane Fiuza - Organização Social Instituto de Gemas e Joias da Amazônia
Ascom Igama
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