Arte rupestre de Monte Alegre inspira coleção de joias

"Vestígios Singulares"é nova coleção de joias da designer Lídia Abrahim, que faz parte do Programa Polo Joalheiro do Pará. FOTO: Igama/Divulgação

As formas seculares da arte rupestre característica do município de Monte Alegre, no oeste do Pará, serviram de inspiração para a designer Lídia Abrahim criar sua nova coleção de joias, denominada “Vestígios Singulares”, que será lançada nesta quinta-feira (16), às 19 horas, no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, durante a abertura da exposição “Visões: Arte Rupestre em Monte Alegre”. A realização é do Museu Emílio Goeldi em parceria com a Sociedade de Arqueologia Brasileira e Arqueologia de Monte Alegre. A exposição pode ser visitada até 30 de setembro, com entrada franca.

No evento também serão expostas pinturas e gravuras rupestres de Monte Alegre, 15 aquarelas de autoria do arquiteto e aquarelista Mario Baratta, e exibido o vídeo-documentário Imagens de Gurupatuba, dirigido pelo cineasta Fernando Segtowick. A exposição “Visões” apresenta quatro olhares sobre um mesmo tema, a arte rupestre de Monte Alegre. São os olhares de Mario Baratta, Fernando Segtowick, do poeta Juraci Siqueira e da arqueóloga Edithe Pereira.

A coleção de joias de Lídia Abrahim foi inspirada no livro "Arte Rupestre em Monte Alegre", de Edithe Pereira, que trabalha na região desde 1989. O livro também será lançado durante o evento.

A arqueóloga convidou, para participar do evento, o Coletivo Criar Amazônia, que trabalha conceitos de economia criativa, enfatizando a cultura amazônica e a sustentabilidade. O Coletivo é formado por quatro marcas paraenses: Yemara Acessórios, de joias; Da Tribu Acessórios, de acessórios e objetos decorativos; Arte Papa Xibé, de camisetas e objetos utilitários, e Arte Artesanal, que produz camisetas, acessórios e objetos utilitários.

Além da Yemara Acessórios, de propriedade de Lídia Abrahim, os desenhos catalogados no livro serviram de mote para a criação de todas as marcas do Coletivo Criar Amazônia. “Ela nos presenteou com o livro, um mês antes de ser lançado, para realizarmos nossas pesquisas e, assim, fundamentarmos nossas coleções”, contou Lídia Abrahim.

Os lançamentos das coleções e do livro integram a programação do “Arte Rupestre de Monte Alegre – Difusão e Memória do Patrimônio Arqueológico”, projeto desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi em Monte Alegre, e que agora chega a Belém. Com a proposta de difundir o patrimônio arqueológico do município do Baixo Amazonas foram produzidos dois livros, um vídeo-documentário, um hot site, uma exposição, 15 aquarelas e um número especial do informativo do Museu Goeldi, o Destaque Amazônia. No local, o grupo Coletivo Criar Amazônia, a Cerâmica Mestre Cardoso e Mario Baratta terão uma loja, para comercialização de seus produtos.
Arte rupestre inspira a designer Lídia Abrahim. FOTO: Igama/Divulgação

Inspiração - A arte rupestre tem um significado especial para a designer Lídia Abrahim, pois é um temas pesquisados para o desenvolvimento de suas primeiras coleções de joias. Segundo ela, que diz ter “enorme paixão por esse tema”, a arte rupestre é uma das referências mais importantes da demarcação de origem amazônica. A arte rupestre é recorrente em coleções que a designer desenhou para mais de 10 empresas do Polo Joalheiro do Pará onde, desde 2005, faz parte do Programa de Desenvolvimento do Setor de Joias e Metais Preciosos, financiado pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

Para este evento, Lídia Abrahim criou joias inspiradas em figuras antropomorfas (com formas humanas) e zoomorfas (forma de animais) catalogadas no livro de Edithe Pereira, a partir das pinturas e gravuras dos sítios arqueológicos de Monte Alegre.

“O título da coleção, ‘Vestígios Singulares’, remete à ideia de traços únicos deixados por povos que habitaram a região amazônica. São os primeiros vestígios do homem nessas terras, que se tem certeza pela comprovação através das pesquisas arqueológicas”, explicou a designer.

De acordo com Lídia Abrahim, as joias e os acessórios são exclusivos e produzidos em Belém, de forma artesanal, em pequenas quantidades. As peças podem ser criadas de duas formas: por meio de pesquisas que dão suporte aos desenhos criados ou pela produção direta e autoral.

Trajetória – A designer paraense Lídia Mara Pereira Abrahim é graduada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) e atua, desde 2002, com desenvolvimento de produtos, tendo como especialidade a criação de joias e peças artesanais sustentáveis. Ao ingressar no Programa Polo Joalheiro do Pará, ela deu continuidade a este trabalho. A partir de 2006, também começou a trabalhar como consultora em Inovação e Desenvolvimento Territorial, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae).

Seu trabalho tem recebido reconhecimento dentro e fora do Pará, em feiras, desfiles e exposições com produtos criados e produzidos por sua marca e por empresas que a contratam para desenvolver projetos. Sua criatividade como designer de joias a destacou em diversos concursos da área, como o Anglogold Ashanti AuDITIONS, o mais importante concurso de joias em ouro do planeta, e o Prêmio ICA (Internacional Colored Gemstone Association) de Design de Joias, com a chancela do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

Anel "Prece", de Lídia Abrahim.  FOTO: Jacques Dequeker - Divulgação AngloGold Ashanti
Com o anel “Prece”, joia que retrata a religiosidade e o poder da fé na transformação humana, Lídia representou o Pará no AngloGold Ashanti AuDITIONS Brasil 2010. A premiação marcou a entrada da designer paraense no seleto grupo dos profissionais de criação do setor joalheiro nacional. Como uma das 20 designers premiadas, e única representante da Região Norte, sua joia foi exposta em cinco capitais brasileiras, e em outros países.


Sustentabilidade - Com a proposta de oferecer ao público produtos diferenciados criados por Lídia Abrahim, a marca Yemara Acessórios surgiu em 2007. Segundo ela, a marca tem como característica a criação e a experimentação em acessórios, além da sustentabilidade.

Segundo ela, os produtos podem expressar a cultura local, pelas referências e os materiais amazônicos, e também podem comunicar a universalidade, representada no uso de materiais descartados.

Entre os trabalhos marcantes da Yemara destacam-se o desfile realizado no Mercado de Moda, em 2009, promoção do Coletivo Caixa de Criadores, com o lançamento da coleção “Nas Profundezas do Mar” e, em 2010, na exposição de produtos ocorrida durante a II Bienal Brasileira de Design, na qual mostrou a linha de brincos “Fascínio”.
Criações de Lídia Abrahim realçam a cultura amazônica. 
FOTO: Igama - Divulgação 

Serviço: O lançamento da coleção de joias “Vestígios Singulares”, da designer Lídia Abrahim, durante a abertura da exposição “Visões: Arte Rupestre em Monte Alegre”. Nesta quinta-feira (16), no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (Avenida Magalhães Barata, 736, bairro de São Braz), no Pavilhão Domingos Soares Ferreira Pena (Rocinha). A realização é do Museu Goeldi em parceria com arqueologia de Monte Alegre. Visitação até 30 de setembro, com entrada franca.


Veja o convite aqui

 
Ascom/Igama




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