Curso de História da Joalheria promove qualificação profissional no Espaço São José Liberto

Geometria é uma das características das joias criadas pelos gregos. FOTO: Divulgação
O curso “História da Joalheria: da história antiga à moderna”, encerrado no último dia 21, abriu a programação anual de cursos, workshops de geração de produto e ciclo de palestras do Espaço São José Liberto, organizada com a propósito de promover a capacitação e qualificação profissional na área de joias. Trinta e cinco pessoas, entre estudantes e profissionais de Design e áreas afins, participaram do curso, ministrado pela designer Clarisse Fonseca, mestre em Artes e professora do Iesam/Uepa. A iniciativa busca, ainda, a melhoria da produção, atualização técnica do setor joalheiro e a inserção de novos profissionais no Programa Polo Joalheiro do Pará. A promoção é uma parceria da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

Durante o curso, foi possível contemplar estilos, formas, cores, texturas, sensações e percepções das joias desde os primórdios dessa arte, onde conchas de um molusco eram unidas em fio, passando pelos simbolismos e cores das peças egípcias e pela geometria das criações dos gregos.

Os alunos também puderam observar a influência religiosa e a riqueza de detalhes que marcaram a joalheria na Idade Média, assim como a riqueza do ouro, da prata e das gemas das joias do Renascimento, quando esse ofício deixou de ser patrocinado pelo clero e passou a ser bancando pela burguesia. Também detalharam o rebuscamento das peças criadas no período Barroco, a exuberância do Rococó até chegar na Joalheria Neoclássica com motivos motivos greco-romanos e joias marcadas pela utilização mais moderada de gemas, mas com destaque para a pérola.

Primórdios: contas feitas com conchas de moluscos. FOTO: Divulgação
O tema atraiu a historiadora Clores Moraes, que pela primeira vez participou da programação do São José Liberto. “Eu gostei muito, até pela maneira como a professora está expondo, resgatando informações desde a era primitiva. Estamos vendo a maneira como eram usadas as joias, como eram os costumes, desde a Idade Antiga em países como Roma, Egito... E na Idade Média, quando a conotação passa a ser mais religiosa. Estou achando muito interessante”, avaliou Clores, que disse ter vontade de ingressar no Programa, revelando que costuma imaginar e desenhar joias, e depois mandar confeccioná-las no Polo Joalheiro.

O curso também atraiu olhares mais experientes, como o das designers Celeste Heitmann e Ivete Negrão, que integram o Programa Polo Joalheiro do Pará, mantido pela Seicom. “Atividades como essa sempre acrescentam, pois temos a chance de aprimorar o nosso olhar, aprendendo cada vez mais, como os detalhes da cada época para os quais eu nunca prestei muita atenção. Vale muito a pena”, observou Celeste.

Idade Média: joias marcadas pela religiosidade e pelo formato cabochão, com destaque para pérolas, rubis, safiras, esmeraldas e granadas. FOTO: Divulgação
A designer Ivete Negrão destacou que o conhecimento valoriza a criatividade. “A gente percebe que as joias antigas tinham muita informação e muito metal. E, hoje, a gente consegue transformar essa joia em uma peça mais leve, porém com muita beleza e com as mesmas concepções das joias antigas", exemplificou.

A professora Clarisse Fonseca falou que curso alcançou bons resultados, principalmente por se tratar de um grupo bem eclético. “A minha avaliação do curso foi muito positiva justamente pela turma ser muito heterogênea. Todos se complementaram de uma forma muito interessante. Tinha historiador, filósofo, designer, ourives, artesão, e cada um, com sua diversidade, agregou para o curso de uma forma diferente. Isso fez cada um aprender uma novidade da história da joalheria, incorporando essas informações para o seu cotidiano”.

Além da parte teórica, durante as aulas os alunos também criaram protótipos e desenharam peças inspiradas na joalheria dos diversos períodos. A programação de cursos do Espaço São José Liberto segue na semana que vem com o curso “Joalheria Contemporânea: as transformações conceituais e os diálogos com a inovação criativa”, que também será ministrado pela professora Clarisse Fonseca.

A proposta da programação é promover capacitação e qualificação profissional. FOTO: Igama/Divulgação
Clarisse antecipa que o mote das aulas será o destaque das características, traços e os novos questionamentos que vem sendo aplicados na joalheria contemporânea. "Vamos trocar ideias, porque como estamos no meio desse turbilhão de informações, a gente não se dá conta do que está sendo produzido. Então, esse segundo módulo vai ser uma reflexão de que materiais estamos usando e o que nós temos a disposição para aplicar de uma forma mais consciente”, adianta a professora.

SERVIÇO: O curso “Joalheria Contemporânea” acontece nos dias 02, 04, 09 e 11 de abril, sempre das 14h30 às 17h, no auditório do Espaço São José Liberto. Público alvo: designers, estudantes de design, moda, arquitetura, história e áreas afins. A realização é do Espaço São José Liberto, Seicom e Governo do Estado. Mais informações sobre a programação com Luanna Alysse, gerente do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico e Organizacional (NDTO), pelos telefones (91) 3344-3518 e 3344-3557.

Ascom/Igama

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