Espaço São José Liberto

Os integrantes da Missão do Sebrae de Goiás em frente ao Espaço São José Liberto. FOTO: WILSON LOPES/ SEBRAE/GO

Com uma programação que incluiu visitação a todas as dependências do Espaço São José Liberto, palestras e reuniões técnicas, representantes de cinco municípios do entorno de Goiás e técnicos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, também de Goiás, conheceram na terça-feira (28) e na quarta (29), o modelo de gestão do São José Liberto e as experiências e inovações das joias e do artesanato comercializados no espaço.

A equipe técnica foi conduzida por Rosa Helena Neves, diretora executiva do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), Organização Social gestora do Espaço São José Liberto e do Programa Polo Joalheiro do Pará, em parceria com a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom). O grupo integra a Missão Institucional e Empresarial organizada pelo Sebrae de Goiás, que conheceu de perto o trabalho de incentivo à arte da joalheria e ao artesanato tradicional e mineral desenvolvido no Pará.

Um dos gestores da Missão, que conheceu detalhes do funcionamento e das experiências de gestão do Programa Polo Joalheiro e do São José Liberto, é Newton Cavalcante Coelho, que está à frente do Projeto de Cultura e Artesanato do Entorno do Distrito Federal, o qual contempla as cidades goianas de Alexânia, Cristalina, Luziânia, Formosa e Pirenópolis. Para o gestor, a Missão alcançou o resultado esperado.

“Eu me surpreendi, e tenho certeza que todos se surpreenderam com a estrutura, tanto do Igama quanto do Espaço São José Liberto. Eu gostei, como técnico do Sebrae e gestor do projeto. Tenho certeza que os artesãos e empresários vão sair daqui com muito mais informações e também com a certeza de que podem crescer muito mais e adquirir mais tecnologia para aplicar no trabalho. Sem dúvida, a Missão cumpriu seu objetivo”, afirmou Newton Coelho, que representou os municípios de Pirenópolis e Alexânia.

O gestor comentou que a experiência adquirida com a visita técnica será levada ao Piretur, em Pirenópolis, espaço administrado pela Secretaria Municipal de Turismo, em parceria com o Sebrae, que funciona como centro de vendas e de artesanato, e onde está sendo criada uma entidade representativa dos artesãos.

Outra ação do Sebrae-GO na região, destacou Newton Coelho, é a criação de catálogos de artesãos, para mostrar as características de cada profissional dos municípios produtores. O catálogo será lançado em uma exposição em Nova York (Estados Unidos), de 12 a 23 de novembro, no prédio da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Casa do Artesão do São José Liberto foi um dos locais visitados pelo grupo. FOTO: WILSON LOPES/SEBRAE/GO

VISITAÇÃO – A técnica do Igama, Elisângela Nascimento, mostrou ao grupo a Capela do São José Liberto, o Museu de Gemas do Pará, o Laboratório Gemológico, a Ilha de Ourivesaria, o Jardim da Liberdade, o Coliseu das Artes, a Casa do Artesão, as lojas de venda de joias, a Escola Rahma, de capacitação em joalheria básica e avançada, e a área administrativa.

Os visitantes conheceram o funcionamento do Programa Polo Joalheiro, criado pelo governo do Pará, e o modelo de gestão do Espaço São José Liberto e do Programa Polo Joalheiro, que passa pela aprovação de um Conselho de Administração. Foram promovidas, em parceria com a Seicom, duas exposições com as temáticas “O Espaço São José Liberto e o Programa Polo Joalheiro/PA: Modelo de gestão, ações e resultados” e o “Design como estratégia para inovação dos produtos gerados pelo Programa Polo Joalheiro”, além de uma reunião técnica sobre as estratégias de promoção e comercialização dos produtos (joias e artesanato), na qual foi destacada a importância do apoio do Governo do Estado para a manutenção dessas ações que, a partir de 2012, passaram a seguir as diretrizes da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração.

Além das visitas, os visitantes participaram de palestras e reuniões técnicas com Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama. FOTO: WILSON LOPES/SEBRAE/GO

EXPERIÊNCIA – Rosa Helena Neves informou que o Programa Polo Joalheiro desenvolve suas ações por meio dos eixos de capacitação, gestão e fomento tecnológico; comercialização e promoção de gemas e joias, e promoção e manutenção do espaço cultural e turístico do São José Liberto. Dentre as ações desenvolvidas, ela destacou a capacitação profissional, que inclui cursos, workshops de geração de produtos e ciclo de palestras, que têm como objetivo a melhoria da qualidade da joalheria, além da atualização necessária à conquista de novos mercados.

Na área de produção e comercialização foram ressaltadas as ações de promoção das joias do Polo e as modalidades de vendas, que incentivam o crescimento da produção local. Para tanto, disse a diretora, são realizadas exposições em feiras e eventos turísticos e de negócios, no Brasil e no exterior. Foi destacado também o funcionamento do PDV (ponto de venda) na Estação das Docas, e a participação em eventos no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

Ainda na área de qualificação profissional, foram apresentadas as ações de assessoramento técnico ao microempreendedor, as visitas às unidades produtivas que fazem parte do Programa, a avaliação de gemas e joias e a curadoria para comercialização na Loja UNA – uma experiência de loja incubadora gerenciada pelo Igama.

Rosa Helena mostra aos participantes catálogos de coleções de joias do Polo Joalheiro. FOTO: FOTO: WILSON LOPES/SEBRAE/GO

PARCERIAS – A diretora do Igama frisou que a construção de uma nova rede de parceiros, voltada ao desenvolvimento das ações do Programa Polo Joalheiro, foi uma estratégia fundamental para o alcance dos resultados. Segundo ela, isso possibilitou o intercâmbio com instituições de ciência, tecnologia e inovação, como o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e instituições de ensino superior, como a Universidade do Estado do Pará (Uepa).

A diretora do Igama também mostrou, por meio dos catálogos, técnicas de joalheria exclusivas desenvolvidas no âmbito do Polo Joalheiro do Pará, como a criação de gemas vegetais e a lapidação diferenciada, além da evolução dos trabalhos dos designers e do Instituto, refletida até na correta elaboração dos catálogos de joias.

Masashi Hiroshima, gestor do Terra do Cristal, levará experiência para o projeto de Critalina. FOTO: WILSON LOPES/SEBRAE/GO

CAPACITAÇÃO - Zeni Ferreira da Silva, artesã e empresária de Cristalina, disse que pretende levar essa experiência, junto com os demais participantes, para seu município, onde é desenvolvido o projeto Terra de Cristal - Cristalina, o qual inclui a construção de espaço para abrigar lojas, oficinas e outros eventos. “Eu achei o São José Liberto um dos projetos mais importantes que já visitei até hoje. Achei tudo muito bom, especialmente a capacitação, que é uma das coisas que a gente está precisando mais em Cristalina”, destacou.

“Nós somos artesãos de casa. Alguns têm loja para atender o público, mas a maioria é artesão ‘de fundo de quintal’, que produz para atender ao lojista. A gente está precisando de um lugar para mostrar o produto direto ao consumidor final, o varejo”, informou William Souto, secretário de Turismo de Cristalina e presidente da Associação dos Artesãos do município.

Masashi Hiroshima, gerente da Regional e gestor do Projeto Terra do Cristal, disse que o Mercado de Cristal já está em construção, com previsão para entrega até 2013. Sobre a visita, afirmou que “vamos levar a perspectiva de fazer uma administração coerente, com todas as necessidades que um Instituto como esse precisa ter, onde a gestão é feita de maneira organizada e planejada, como a vasta experiência que se tem aqui, que foi muito bem explicada pela diretora Rosa Helena”.

Segundo ele, a parte fundamental do conhecimento que os profissionais vão levar para o Mercado de Cristal é a percepção administrativa, que vai ajudá-los na hora de gerir seus negócios. “Espero que a gente possa aplicar estes conhecimentos, que com certeza nos levarão a um caminho de sucesso”, completou.

Também participaram da Missão do Sebrae de Goiás Idelma Maria, que integra a Associação dos Artesãos de Pirenópolis; Neusa Biacchi e José Henrique, artesãos de Cristalina; Wilson Maziero, representante do Instituto Camargo Correa; Hirlan Borges, gestor de Artesanato do Sebrae, e Wilson Lopes, jornalista da Agência Sebrae de Notícias.

Ao final, cada visitante recebeu um kit contendo catálogos de joias e moda, e brindes artesanais.


Ascom/Igama