Design e manualidades destacam coleção de joias e acessórios de moda do Para na Rio+20

Escamas de pirarucu, minicestas de palha de arumã, azulejos, fibra de tururi, madeira, alumínio, cuia, chifre e couro de búfalo, e até coador de café reciclado. Materiais que poderiam ser descartados e degradados no meio ambiente, ganham formas, cores e, aliados ao ouro, à prata e às gemas minerais, agregam valor à coleção de joias e acessórios de moda que o Polo Joalheiro do Pará mostra, desde terça-feira (12) na Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece oficialmente de 13 a 22 de junho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). A coleção, denominada “Manualidades e Design – Rio+20”, está sendo comercializada na loja Signature, no Copacabana Palace, tradicional hotel da capital carioca.

A coleção é resultado de um workshop de criação de produtos coordenado pela jornalista e consultora de Moda e Estilo, Cristina Franco, responsável também pela coleção “Manualidades – Lapidando Tendências”, lançada em 2011 na primeira edição da Casa Cor Pará, em Belém.

O público da Rio+20 verá mais de 40 peças inéditas, além de outras da coleção anterior de joias e acessórios de moda. Os trabalhos expostos – bolsas, colares, anéis, brincos, broches, fivelas, pingentes, braceletes e pulseiras – foram criados e confeccionados pelos profissionais Rosa Leal, Izaías Lopes, Ivete Negrão, Edinaldo Pereira, Leila Salame, Tarcisio, Ivam Silva, Clara Amorim, Júlia Mendes, João Amorim, Celeste Heitmann, Rai Oliveira, Fábio Monteiro, Roseli Matias, Joseli Limão, Eli Cascaes, Nilma Arraes, Circe Silva, Erivaldo Júnior, Marcilene Rodrigues, Selma Montenegro, Mônica Matos, Paulo Tavares e Bárbara Müller.

Criada especialmente para a Rio+20, a coleção expressa os conceitos de design e sustentabilidade, referências no trabalho desenvolvido há mais de uma década pelo Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas, Joias e Metais Preciosos, mantido pelo Governo do Estado e gerenciado, desde 2007, pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), no Espaço São José Liberto.

Tendências - Segundo Cristina Franco, o trabalho realizado no Espaço São José Liberto está em plena harmonia com as tendências atuais do mercado. O artesanal, a matéria prima regional, a identidade cultural e a exclusividade são critérios que o mercado contemporâneo adota para definição de um artigo de luxo.

Na produção da coleção para a Rio+20, Cristina trabalhou com os designers e demais profissionais paraenses o conhecimento e a sabedoria popular, extraindo de casa produtos com conceitos e histórias próprias. Um dos exemplos dessa originalidade é o colar em prata, com gema vegetal de pupunha e fio de seda com tingimento natural de café, criado por Mônica Matos, e com trabalho em ourivesaria de Paulo Tavares.

“A joalheria e moda são mercados que caminham lado a lado, que se complementam e se enriquecem. A Joia do Pará, como um produto plenamente conectado a essa contemporaneidade, que investe e valoriza o caráter sustentável em seus processos de criação e produção, não poderia ficar de fora de um evento com a temática da Rio+20”, ressalta Rosa Helena Neves, diretora executiva do Polo Joalheiro do Pará.

Carteira Floresta, inspirada na forma orgânica da floresta. Design e produção: Rosa Leal.

Colar Déco Amazônico, inspirado na lenda das índias amazônicas e nas tramas de cestarias indígenas. Design: Marcilene Rodrigues. Produção: Sila Brasila.



Colar Guaraná, inspirado na riqueza e na lenda do guaraná. Criação: Izaías Lopes. Produção: Rosa Leal.

Colar Piracema, inspirado na desova dos peixes e feito com escamas de pirarucu. Design e produção: Nilma Arraes.

Bolsa Xingu, inspirada em tecidos crus pintados pelospindios Assurini, que vivem às margens do Rio Xingu. Design e produção: Erivaldo Júnior.


Fotos: João Ramid
Ascom/Igama




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