Pará Expojoia traz para a joalheria a beleza e a inovação das gemas vegetais

Lançada em São Paulo na 53ª Feninjer (Feira Nacional da Indústria de Joias, Relógios e Afins), a primeira coleção de gemas orgânicas oriundas de resinas vegetais, criadas pelo ourives e pesquisador paraense Paulo Tavares, será uma das atrações da VIII Pará Expojoia – Amazônia Design, que será aberta nesta quarta-feira (14), no Espaço São José Liberto. As gemas, confeccionadas a partir de espécies comuns na culinária amazônica, como urucum, pupunha, pimenta, os subprodutos da mandioca (farinha de tapioca) e até do chocolate, assim como de diversas espécies de madeiras regionais (teca, muirapiranga, timborana etc.), saíram da floresta para enriquecer, ainda mais, o mundo da joalheria artesanal.

Presentes em várias peças que compõem a coleção inédita “Metamorfose Preciosa da Amazônia”, as gemas resultam de um trabalho incansável de Paulo Tavares, que contou com o apoio do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) para desenvolver o projeto, a ponto de incorporá-lo à produção joalheira artesanal do Pará.

Pesquisador nato, Paulo Tavares aprendeu na exuberância do Arquipélago do Marajó, onde nasceu, a olhar o mundo, em especial a Amazônia, pelas lentes da curiosidade. E foi aliando a sensibilidade do caboclo marajoara às habilidades desenvolvidas durante anos no ofício de ourives – dom que hoje envolve irmãos e outros membros da família -, que Paulo (também chamado de Professor Pardal da floresta, devido à capacidade criativa), está entre os pioneiros do Polo Joalheiro do Pará.

No âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor de Joias e Metais Preciosos, mantido pelo governo do Estado, o pesquisador encontrou campo fértil para germinar e fazer crescer o projeto das gemas vegetais.

“A joalheria tem muito a ganhar com a agregação da matéria prima natural. Quanto mais avanço nas pesquisas, mais descubro materiais que podem ganhar visual, formato e textura das gemas minerais”, informa Paulo Tavares, que nos últimos desenvolve o trabalho com o apoio do designer Fábio Alves e de Mônica Matos.

As gemas, que se assemelham a várias espécies minerais, como granada, citrino, rubi, turmalina e quartzos, podem receber vários tipos de lapidação (do cabochão à navete), abrindo um leque de possibilidades de uso na joalheria, na produção de acessórios e peças de decoração.

Sustentabilidade - Como caboclo amazônida, Paulo é defensor do aproveitamento sustentável dos produtos da floresta, por isso procura utilizar tudo o que encontra ao redor das árvores, transformando em gemas até sobras de madeira. A sustentabilidade, para ele, é uma prática diária, daí só utilizar cascas que caem naturalmente das árvores, para não prejudicar o processo natural de renovação das espécies. “Também não coleto todas as cascas e folhas que ficam nos pés das árvores, porque elas são necessárias à renovação do solo”, ressalta Paulo Tavares, que retira da natureza apenas o que ela oferece de forma espontânea, sem agredir o meio ambiente.

Para garantir a durabilidade das gemas, ele desenvolveu também um tratamento especial de impermeabilização, que evita deformidades. “Essa durabilidade, em qualquer clima, é garantida”, afirma.

Consciente, e paciente, o pesquisador e ourives é um exemplo vivo de como as riquezas naturais podem ser transformadas em geração de renda e ocupação, com criatividade e tecnologia, sem o determinismo da destruição ambiental.

O trabalho inovador de Paulo Tavares é um avanço nas diretrizes do Polo Joalheiro do Pará, que incentiva o desenvolvimento da cadeia produtiva de gemas e joias a partir de um design amazônico, valorizando a cultura milenar da região, e o uso de matéria prima natural agregada aos metais nobres (principalmente ouro e prata) e à variedade de gemas minerais, muitas delas encontradas em território paraense.

Embalagens - As gemas vegetais são acompanhadas de embalagens totalmente artesanais, criadas e confeccionadas com matéria prima natural pelo artesão Guilherme Jr. Feitas em marchetaria e lâminas pré-compostas, entre outros elementos, as embalagens foram criadas especialmente para receber as peças vegetais.

“Quando decidimos investir no projeto das gemas naturais, dentro da diretriz de fomento à tecnologia e à inovação, desenvolvida pelo Igama – Organização Social que gerencia o Polo Joalheiro do Pará -, pensamos logo em embalagens que se adequassem à beleza e à diferenciação desse produto”, ressalta Rosa Helena Neves, diretora executiva do Instituto.

As gemas vegetais estarão expostas no Espaço Inovação, uma das novidades desta edição da Pará Expojoia. A feira acontece de quarta-feira (14) a domingo (18), no Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas), com entrada franca.

A realização é do Igama e do governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), com apoio do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Mais informações: Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico e Organizacional do Igama: (91) 3344-3518 ou com a Assessoria de Comunicação: (91) 8255-3011 e 3344-3514.

Ascom/Igama




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