Pará lança na Feninjer coleções de gemas vegetais e embalagens artesanais

Gemas Orgânicas
Espécies comuns na culinária amazônica, como urucum, pupunha, pimenta, os subprodutos da mandioca (farinha de tapioca) e até do chocolate, assim como de diversas espécies de madeira regionais (teca, muirapiranga, timborana etc.), saíram da floresta para encantar o mundo da joalheria. O trabalho do pesquisador e ourives Paulo Tavares, com apoio do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), se tornou a primeira coleção de gemas orgânicas oriundas de resinas vegetais, lançada nesta semana em São Paulo, na 53ª Feninjer (Feira Nacional da Indústria de Joias, Relógios e Afins), que termina neste sábado (06), no Transamérica Expo Center.

Realizada pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), a Feninjer é a maior feira do setor joalheiro realizada na América Latina, que dita as tendências do mercado para o próximo ano e reúne o que há de mais inovador no setor de gemas e joias do Brasil.

Embalagem Artesanal
E é nessa importante vitrine que o Polo Joalheiro do Pará – que participa da Feninjer desde 2005, sempre a convite do IBGM e com apoio do Sebrae Nacional – expõe pela primeira vez em estande próprio as gemas orgânicas à base de resinas vegetais e uma coleção de embalagens totalmente artesanais, feitas com matéria prima natural, de autoria do artesão Guilherme Jr.

Embalagem Artesanal
As embalagens, confeccionadas em madeira natural com marchetaria e lâminas pré-compostas, entre outros elementos, foi solicitada ao artesão pela direção do Igama, para compor a coleção de gemas orgânicas. “Quando decidimos investir no projeto das gemas naturais, dentro da diretriz de fomento à tecnologia e à inovação, desenvolvida pelo Igama, pensamos logo em embalagens que se adequassem à beleza e à diferenciação desse produto. Participamos este ano da Feninjer não só com as joias, que já se destacam no evento, mas com produtos totalmente inovadores, que despertaram a atenção do público especializado que frequenta a feira”, ressalta Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama, que participou do lançamento das duas coleções em São Paulo com o pesquisador Paulo Tavares e o artesão Guilherme Jr.

Paulo Tavares e a jornalista Cristina Franco
Habilidades - Pesquisador nato, Paulo Tavares aprendeu, ainda na infância, a olhar a exuberância da Amazônia pelas lentes da curiosidade. Nascido no Marajó, o maior arquipélago fluviomarítimo da Terra, o pesquisador alia a sensibilidade do caboclo marajoara às habilidades desenvolvidas durante anos no ofício de ourives. O trabalho nas bancas de joias nunca o afastou do encantamento da floresta, fascínio que ele trouxe para o Polo Joalheiro, onde encontrou campo fértil para germinar e fazer crescer o projeto das gemas feitas com resinas.

“A joalheria tem muito a ganhar com a agregação da matéria prima natural. Quanto mais avanço nas pesquisas, mais descubro materiais que podem ganhar visual, formato e textura das gemas minerais”, informa Paulo Tavares, que nos últimos anos conta com o apoio do designer Fábio Alves e de Mônica Matos.

As gemas criadas e confeccionadas por Paulo Tavares, que se assemelham a várias espécies minerais, como granada, citrino e quartzos, podem receber vários tipos de lapidação (do cabochão à navete), abrindo um leque de possibilidades de uso na joalheria, na produção de acessórios e de peças de decoração.

Defensor do aproveitamento total e sustentável dos produtos da floresta, o pesquisador paraense transforma em gemas até sobras de madeira. Para ele, sustentabilidade não é apenas um conceito, mas uma prática diária. Paulo só utiliza cascas que caem naturalmente das árvores, para não prejudicar o processo natural de renovação das espécies. “Também não coleto todas as cascas e folhas que ficam nos pés das árvores, porque elas são necessárias à renovação do solo”, conta Paulo, que aprendeu a retirar da natureza apenas o que ela oferece, sem agredir o meio ambiente.

A coleção de gemas também se destaca pelo tratamento especial de impermeabilização, que evita deformidades nas peças. “A durabilidade é garantida”, afirma ele.

O trabalho de Paulo Tavares atende à principal diretriz do Polo Joalheiro do Pará: o desenvolvimento da cadeia produtiva de gemas e joias com base no design amazônico e no uso de matéria prima regional, agregada aos metais nobres (ouro e prata) e à variedade de gemas minerais.

A Feninjer é promovida e realizada pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), com patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).



Ascom/Igama

Fotos: Divulgação/Igama




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