O Jornal O Liberal desta quinta-feira, 21, publicou matéria sobre o Espaço São José Liberto - Polo Joalheiro do Pará. Com o título "Para conhecer o Pará em um passeio - Espaço São José Liberto reúne artesanato, gemas e fibras de todas as regiões do Estado", a matéria fala sobre os atrativos do local, referência em turismo, história, cultura, artesanato, joalheria, arqueologia e acervo mineral paraense. A reportagem foi publicada na página 2 do Caderno Magazine do Liberal, integra as Organizações Romulo Maiorana (ORM). Confira, abaixo:
Imagem: Divulgação |
O Espaço São José Liberto, inaugurado em 2002, é um território criativo considerado referência no Brasil pelo Ministério da Cultura (MinC) por desenvolver ações em várias áreas da economia criativa no Estado do Pará. Visitar o local é fazer uma grande viagem pela cultura e pela história do Pará, uma boa opção para quem vai ficar em Belém neste feriadão de Tiradentes. O local abrirá hoje e domingo de 10h às 18h e na sexta e sábado das 9h às 18h30.
Erguido há mais de 250 anos e, atualmente, um dos pontos turísticos centrais de Belém, o prédio que hoje abriga o Espaço São José Liberto já funcionou como quartel, hospital, olaria, cadeia pública e presídio, sendo palco de momentos históricos da cidade. Os interessados em conhecer mais sobre a história do local e da região podem agendar visitas monitoradas, promovidas para escolas públicas municipais, estaduais e particulares, centros de ensino superior federal e privado, organizações não governamentais (ONGs) e projetos sociais, entre outros.
Na Casa do Artesão do prédio centenário, o visitante pode conhecer tipologias de artesanato de todas as regiões do Estado, expostas para comercialização. A visitação ao local possibilita uma breve incursão ao artesanato paraense amazônico produzido por mais de 700 artesãos de 43 municípios paraenses. São produtos artesanais gerados por empreendimentos criativos individuais e coletivos, avaliados por uma equipe técnica especializada em produtos artesanais e empreendimentos culturais.
Dentre as tipologias estão a cerâmica (marajoara, tapajônica, maracá, cunani, konduri e contemporânea), cuias pintadas e com grafismos, cestaria utilitária e artística, sucata marinha, produtos com fibras, encauchados, brinquedos e objetos em miriti, balata e madeira, além de bolsas, blusas e adornos.
O local dispõe também de produtos com sabores da terra, como licores de jambu e de frutas típicas; bombons de cupuaçu, castanha do Pará, açaí e bacuri; chocolates finos, biscoitos e geleias. No local, também são comercializados instrumentos musicais, CDs, DVDs e livros produzidos por autores e artistas do estado do Pará, o tradicional cheiro do Pará e cosméticos produzidos com a botânica amazônica.
“A Casa do Artesão é um espaço de reconhecimento e também de valorização da arte e da cultura da Amazônia. Através dos produtos, o público descobre formas, cores, cheiros e sabores que revelam essa rica e diversificada produção dos artesãos paraenses, como a cuia regional com seus grafismos e pinturas, artesanato este que foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil (em 2015, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan). É uma forma de valorizar esta cultura paraense herdada de tribos indígenas e utilizada em nosso dia a dia, quando tomamos o tacacá”, explica Darlene Brito, gerente comercial do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).
“O local é bem diversificado. Tem fibra, madeira, cerâmica, machetaria (arte em madeira)...”, observa a carioca Luciana Hees, designer de Produtos, que visitou recentemente a Casa do Artesão e ficou interessada em conhecer mais sobre o artesanato de cada região do Estado, em especial os Encauchados de Vegetais da Amazônia. O projeto faz uso racional e sustentável de recursos da floresta, unindo conhecimento científico e técnicas indígenas de fabricação da borracha para criar vasos, roupas, bolsas, sapatos, suplás, porta-copos e outros.
O espaço recebe, em média, cerca de 910 visitantes por dia. Em 2015, o total de visitação foi de 327.828. A gestão do Espaço São José Liberto - Polo Joalheiro do Pará é compartilhada entre os setores público e privado. O espaço é mantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e da Organização Social (OS) Igama - que gerencia o espaço e o programa de gemas e joias, contando com diversos apoiadores.
Joias amazônicas
Joias artesanais exclusivas criadas por integrantes do Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas e Joias do Pará, conhecido como Polo Joalheiro, criado em 1998 e instalado no local desde a sua fundação. São seis lojas de joias, incluindo a Una, espécie de incubadora, que reúne o trabalho de designers, cravadores, lapidários, ourives, mestres do artesanato e empreendedores formalizados ligados ao Programa Polo Joalheiro do Pará.
“A narrativa da criação poética das joias do Polo Joalheiro do Pará, desde as suas primeiras coleções, expressam a magia do imaginário cultural amazônico. Somos uma arte milenar. Na origem da joalheria, o metal, as gemas e outras matérias-primas carregadas de memória afetiva características da região, ganham vida nas mãos de cada integrante dessa cadeia produtiva”, explica Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama e do Espaço São José Liberto.
Segundo a diretora, as coleções de joias constituem-se em encantadoras e inteligentes expedições, que percorrem trilhas que levam ao fantástico mundo da beleza e da inovação. “Agregamos aos metais ouro e prata o conceito de antigas preciosidades: a natureza, a floresta, a criatividade, o fazer artesanal, o talento humano, a liberdade! Com técnicas tradicionais e inovadoras construímos uma osmose produtiva que se materializa na economia criativa, transformando-a em um vetor de desenvolvimento, por meio de um processo cultural gerador de valores e riqueza. Uma lógica que se fundamenta no diálogo e na transversalidade entre turismo, design, economia, mineração, cultura alimentar, gastronomia, arquitetura e história”.
Nessa dinâmica criativa, ao unir criatividade e originalidade cultural de suas raízes, revelando-se universais pela contemporaneidade do design, as joias do Polo Joalheiro têm se firmado no mercado. De acordo com Thiago Albuquerque, coordenador comercial e tecnológico, um comparativo sobre o crescimento de vendas das joias do ano de 2015 com o ano de 2014, mostra um aumento de 7% na venda.
“Apesar do cenário econômico brasileiro atual, a nossa joia têm conquistado o consumidor. Além de encantar turistas, o paraense também tem valorizado cada vez mais esse produto. O aumento de 7% no volume de vendas das joias tem como base apenas a Loja Una, gerenciada pelo Igama. Esse crescimento tem sido registrado nos últimos anos, o que comprova os resultados do trabalho aqui desenvolvido”, comenta Thiago Albuquerque.
Segundo o coordenador, além da joalheria, o artesanato também tem registrado números positivos de venda: na avaliação do mesmo período, houve crescimento de 2% na venda dos produtos da Casa do Artesão. “Esses resultados têm relação direta com as parcerias que o Igama firma nas realizações de ações diversas, como eventos artístico-culturais, palestras, workshops, desfiles e exposições temáticas. É importante lembrar, ainda, que o trabalho desse coletivo de empreendedores criativos, que movimentam a cadeia produtiva da joalheria artesanal, dentro das diretrizes da economia criativa, tem sido fundamental para impulsionar o setor”, acrescenta Thiago Albuquerque.
Há uma década as joias do Polo Joalheiro têm encantado a advogada Giselle Saraty de Oliveira, cliente da Loja Una. Antes, ela conta que costumava comprar joias de designers de outras regiões brasileiras, como do Sul e Sudeste.
“As joias feitas no Polo têm uma característica bem interessante: a valorização das pedras (gemas) regionais e do design”, explica Giselle, que observa, em uma joia artesanal, a sua lapidação e design.
Admiradora das gemas minerais, a advogada possui joias em ouro com malaquita, amazonita, citrino e muitas outras gemas com incidência no Estado. A ametista (gema mineral que tem a coloração no tom lilás) é uma de suas preferidas, especialmente a oriunda do Pará: “As ametistas que se compra fora do Estado têm uma coloração mais clara. Fora do Brasil elas são bem clarinhas e chamadas de ‘lavanda’. Aqui, temos jazidas com uma boa coloração. As de Santarém (oeste paraense) são uma verdadeira riqueza que só tem no Pará. Isso é um diferencial”.
De tão apaixonada pela joalheria artesanal do Polo, além dos tipos e da qualidade da lapidação, Giselle Faraty já se familiarizou com os formatos das gemas, como a lapidação em navete e o cabochão, assim como o Grafismo Marajoara – lapidação diferenciada desenvolvida pela lapidária Leila Salame. A partir de gemas de sua preferência, a advogada também cria e encomenda joias com o ourives Antônio Tavares, sócio proprietário da Amazon Art, situada no Polo Joalheiro. São do seu agrado, ainda, peças exclusivas de coleções, como as lançadas por ocasião do Dia das Mães e do Círio (Joias de Nazaré).
“Eu tenho consumido muita joia paraense. Nesses últimos dez anos, a gente tem vivido um momento que não deixa a desejar para marcas reconhecidas mundialmente. Tenho muita admiração pela criação do designer paraense, pela inspiração, pela criatividade. Esse investimento que o Governo do Estado fez para esses empreendedores tem nos dado esse retorno cultural e grande melhoria nessa área, com a qualidade que vem sendo alcançada”, completa a advogada.
Museu reúne raro acervo arqueológico, gemológico e mineral do Pará
Com mais de quatro mil peças, o Museu de Gemas do Pará é considerado uma fonte de inspiração para designers e artesãos do Polo Joalheiro por reunir a iconografia das culturas marajoara e tapajônica, o encantamento que envolve o muiraquitã (o amuleto das lendárias guerreiras amazonas), o fascínio provocado no homem pelos metais preciosos (principalmente o ouro), gemas minerais e orgânicas (sementes, corais, chifres, pérolas, ossos e outros), e formações milenares da natureza, como o pegmatito – um quartzo branco com turmalina negra.
O museu expõe em cinco salas um acervo único, que convida o visitante a um passeio pelas cerâmicas arqueológicas do Estado, exemplares de gemas encontradas no Pará (que possui mais de 250 ocorrências de gemas minerais), além de formações naturais, como calcedônias e troncos fossilizados. Na última sala, estão as duas primeiras coleções de joias do Polo Joalheiro e exemplares de outras coleções, além de peças do período da Belle Èpoque.
Quem ficar em Belém no final de semana pode visitar o Espaço São José Liberto e, no Museu de Gemas, fazer um grande passeio pela história das cerâmicas arqueológicas da região, conhecer as gemas minerais da Amazônia e, em particular, as encontradas em solo paraense (que possui mais de 250 ocorrências de gemas minerais). São raridades da natureza, como o tronco fossilizado com mais de 240 milhões de anos.
Vinculado ao Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM), da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), o Museu de Gemas do Pará tem ingresso a R$ 6,00 (inteira), com meia entrada para estudantes. Pessoas acima de 60 anos não pagam. Às terças-feiras o acesso é gratuito.
Serviço: O Espaço São José Liberto – Polo Joalheiro do Pará (Praça Amazonas, s/n, Jurunas) funciona de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h. Na próxima quinta-feira, 21,dia de Tiradentes, abrirá ao público, das 10h às 18h.
Ascom Igama
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