Exposição “Potências Amazônicas” segue até o dia 3 de abril

Mostra promove empreendedores criativos no São José Liberto
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Detalhe da Exposição Potências Amazônicas. Na vitrine, acessórios de moda das designers Ivete Negrão e Joseli Limão, da Coleção Belém, uma Poesia do Imaginário. Foto: Leandro Santana AIB
Produtos que revelam potencial de criação, design, sustentabilidade e inovação podem ser conferidos no Espaço São José Liberto (ESJL) até o dia 3 de abril. A exposição de economia criativa “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos” reúne acervo de mais de 200 objetos e produtos originados de nove coleções das áreas de moda, joias e artes plásticas, que estão em comercialização no local da mostra: a Casa do Artesão do ESJL (Praça Amazonas, s/n, Jurunas). A visitação pode ser feita de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos, das 10h às 18h..

Com foco no design e na promoção dos empreendedores criativos que integram a mostra, o evento proporciona ao público visitante o acesso a coleções inéditas que se distinguem, entre outras características, pelo altíssimo valor agregado. O acervo é originado na representação artística de bens intangíveis da cultura amazônica, com relevante conteúdo cultural, sendo marcado pela inovação tanto nas técnicas de aplicação quanto nas matérias-primas utilizadas nos produtos.
A exposição é composta pelas seguintes coleções: Miriti-Tauá: Memórias Entrelaçadas; Mostrar o Marajó; Ruas e Rios de Belém; Pano Arte; Belém 400 Anos: História, Cultura e Memória; Encantos da Cidade; Passeio por Belém nos 400 Anos de História; Belém: Uma Poesia do Imaginário; e Sinestesia da Floresta.
Ao promover a diversidade cultural amazônica, na contramão da homogeneidade cultural, tendo como recorte a cidade de Belém em comemoração aos seus 400 anos, “Potências Amazônicas” pretende fortalecer o circuito e o acesso comercial para os empreendimentos dos setores de moda e de joias dos participantes do Programa Polo Joalheiro do Pará e do Arranjo Produtivo Local (APL) de Moda e Design - Polo Metrópole/Pará visando contribuir para o desenvolvimento da economia local.
Fruto de processos de qualificação profissional, parcerias e ações de fomento aos segmentos criativos selecionados, o acervo das coleções foi gerado por percursos distintos de criação e produção, dentre eles workshops, oficinas, diálogos artísticos, incursões históricas pela cidade, apresentação de trabalhos acadêmicos em moda e joias, e difusão de processos inovadores na joalheria, com destaque para as gemas vegetais criadas pelo mestre ourives e pesquisador Paulo Tavares, originadas de pigmentos e aglutinantes naturais.
A inovação pode ser vista na coleção “Sinestesia da Floresta”, composta por anéis, colares, brincos, pingentes, braceletes e broches em ouro e prata com gemas vegetais de açaí, jambu, pupunha, chocolate, tucupi, pimenta, urucum e outras. As joias traduzem-se em uma rara experiência que difunde a cultura alimentar amazônica e a gastronomia paraense.
Com estes diferenciais, “Potências Amazônicas” traduz-se em uma rica oportunidade de se verificar como as marcas de micro e pequenas empresas do estado do Pará, nos setores de joias e moda, a partir dos temas diversidade cultural e sustentabilidade, apresentam o conteúdo cultural agregado aos seus produtos, possibilitando ao consumidor adesão, experiência e engajamento sociocultural. 
A inciativa também possibilita acesso aos trabalhos de pesquisa e ensino nas áreas da moda e do design, desenvolvidos por três universidades do Estado: Universidade do Estado do Pará (Uepa), Universidade da Amazônia (Unama) e Estácio FAP/PA, em parceria com o Programa Polo Joalheiro e o APL de Moda e Design – Polo Metrópole/PA, por meio do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
Mockup "Véu da Noite", da Coleção Belém 400 Anos: História, Cultura e Memória. Criação dos alunos do Curso de Design de Produto da Uepa. Foto: Leandro Santana AIB
Vestido da Coleção Miriti Tauá: Memórias Entrelaçadas. Criação dos alunos do Curso de Moda da Unama. Foto: Leandro Santana AIB

Riqueza territorial - Rosa Helena Neves, diretora executiva do ESJL e do Igama, é uma das curadoras da exposição. Segundo ela, ao exibir uma mostra com conteúdo tão relevante e atual, os designers profissionais e estudantes, estilistas, micro e pequenos empresários, artesãos, ourives e lapidários que integram esses coletivos criativos demonstram uma personalidade própria, unindo beleza, inovação, padrões de qualidade e estilização inspiradas nos diálogos entre os bens intangíveis culturais amazônicos, tradição do fazer artesanal e sustentabilidade. “Variadas em suas expressões, as obras e objetos, como as joias, telas, acessórios de moda e vestuário, ressaltam a multiplicidade identitária da cultura amazônica e a força gigantesca da natureza desse território reconhecido pela sua biodiversidade”.
Outro aspecto relevante da exposição, segundo a diretora, diz respeito às “reservas de valor”, expressas por meio do design desenvolvido pelos grupos de profissionais e estudantes que participam do evento. “No resultado da mostra, fica bem clara a escolha que cada um fez sobre a sua visão de mundo no que se refere a valorizar as condições de vida da humanidade, promovendo a diversidade cultural das comunidades tradicionais amazônicas e os possíveis diálogos entre os mestres artesãos de madeira e fibra, bem como a lapidação diferenciada, a ourivesaria artesanal, a invenção das gemas vegetais de Tavares, a reutilização dos resíduos de tecidos na moda e artes plásticas, a inovação em moda com a fibra do miriti, a difusão dos grafismos marajoara e as formas da flora amazônica, entre outras identificações.
“São escolhas reveladas pelos designers, empresários, artistas paraenses, professores e um pesquisador em joalheria, para se ver, conhecer, consumir, difundir e preservar a história e a cultura da Amazônia. Vale a pena integrar esta rede”, conclui Rosa Neves.
Potências da cidade – A exposição marca as comemorações pelos 400 anos de Belém, demarcando a importância da compreensão da diversidade cultural da cidade como uma das potências desse território para o desenvolvimento econômico local, destacando o Espaço São José Liberto como um lugar aberto a fascinantes trocas entre o conhecimento, a cultura e as novas e tradicionais técnicas artesanais, calcadas em valores culturais intangíveis. O espaço é um território criativo que promove essa diversidade cultural da Amazônia paraense, bem como realiza as conexões entre áreas da cidade, como turismo, cultura, economia, arte, educação, o público, o privado e o setor produtivo.
Participam como expositores designers, um coletivo de criadores, empresários individuais e microempresas, artesãos, ourives, lapidários, estilistas, artistas plásticos e estudantes de Moda e Design de Produto, bem como profissionais prestadores de serviços dos setores de moda, joias, artesanato e artes plásticas, cinco curadores, oito consultores e um pesquisador em joalheria. A composição artística e visual da mostra é da designer Barbara Müller e a identidade visual é da Libra Design.
As nove coleções foram lançadas no dia 2 de fevereiro, com a realização de um desfile de moda, no anfiteatro do São José Liberto, que apresentou cada coleção e marcou a abertura da mostra, junto com a solenidade de formalização do APL de Moda e Design – Polo Metrópole/Pará, formado por 40 empresas, além dos cerca de 30 empreendimentos informais que, em breve, ingressarão no arranjo.

A modelo Marcela Lima usa carteira Pi e bolsa It Bag "Emoções Amazônicas", criação e produção de Celeste Heitmann: em couro, com pele de avestruz, coador de café, couro de verniz, camurça e espelho. E lenço "Paris N’América", criação de Renata Gonçalves: de musseline com estamparia da empresa TuCrias. Foto: Leandro Santana AIB

Para a blogueira e designer Kelly Carvalho o desfile foi criativo na forma de mostrar as peças criadas por alunos e profissionais. Na opinião da também designer e blogueira Natacha Garcia, a iniciativa é interessante por despertar uma nova visão para os setores criativos da moda, joia, design e artes plásticas. “É uma visão mais regional, mostrando nossa cultura e a riqueza de materiais que encontramos em Belém. Muito interessante também o trabalho de estudantes e profissionais de joias, que vai da forma como eles lapidaram as gemas aos detalhes das coleções, tudo impecável e bem amazônico”, ressalta.

“A exposição está muito legal. É uma ótima oportunidade, uma porta que se abre para a gente”, comenta a designer Mariana Bibas. Ela ingressou no APL de Moda e Design, ano passado, com a experiência que trouxe como empreendedora e do grupo que integrava no Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Pará). Para a mostra, a designer criou “Quando a Chuva Cai”, conjuntos de colares e brincos de aço com pérolas barrocas, cristais e outros materiais, que integram a coleção Belém, uma Poesia do Imaginário.
A publicitária Ana Carolina Marçal destaca que o evento é um momento singular, no qual foi mostrada a produção criativa resultante de uma união de talentos, com peças-conceitos e outras criações. “A moda paraense e o design são tão criativos e significativos. Eles conseguiram mostrar (no desfile e na exposição) as tendências daqui e do mundo, absorvendo tudo isso e transformando em uma linguagem. Uniram o regional com o global, sem perder a identidade”, resume.

A modelo Tereza Raiane usa vestido da Coleção "Mostrar o Marajó": Exposição Potências Amazônicas. Criação dos alunos do Curso de Design de Moda da Estácio FAP/PA. Foto: Leandro Santana AIB

Serviço: “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos” ficará aberta ao público até o dia 3 de abril, na Casa do Artesão do ESJL (Praça Amazonas, s/n, Jurunas), no horário de visitação do Espaço São José Liberto: de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h.
Luciane Fiuza - Organização Social Instituto de Gemas e Joias da Amazônia

Ascom Igama




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Novas coleções de joias do Polo Joalheiro do Pará compõem vitrines sobre diversidade cultural amazônica


*Por Rosa Helena Neves
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Pingente "Amazônia Livre", criado e produzido por Clara Amorim, para a coleção de joias Sinestesia da Floresta, em composição à exposição coletiva Potências Amazônicas. Em prata com gema mineral crisoprásio e gema vegetal de jambu - criada e produzida por Paulo Tavares e Mônica Matos.

Foto: João Ramid AIB

Valorizar as condições de vida da humanidade promovendo, em especial, a diversidade cultural das comunidades tradicionais amazônicas é uma marca das joias criadas e produzidas pelos designers, micro e pequenos empresários do Programa Polo Joalheiro do Pará. Essa escolha artística e criativa, que tem gerado experiências inovadoras na produção de joias, pode ser reconhecida como um engajamento cultural para promover tanto a joalheria brasileiro-amazônica, quanto a cultura paraense no seu mais amplo conceito. Uma prática consolidada desde 2002 com o funcionamento do território criativo Espaço São José Liberto.


Com design contemporâneo foram criadas três coleções de joias para a exposição “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos”, aberta no Espaço São José Liberto de 2 de fevereiro a 3 de abril de 2016: Encantos da Cidade, Sinestesia da Floresta e Passeio por Belém nos seus 400 Anos de História.


São 141 joias com altíssimo valor agregado, apresentadas por meio de objetos simbólicos, como anéis, colares, brincos, braceletes, pingentes e pulseiras, registrando as marcas identitárias da cultura paraense amazônica e sua biodiversidade.

As coleções foram criadas por meio da trilogia “metais preciosos/materiais orgânicos e alternativos/técnicas tradicionais e inovativas”, com destaque para as práticas artesanais influenciadas pelas comunidades ribeirinhas e do Marajó. Marchetaria, incrustação paraense. ourivesaria artesanal, lapidação diferenciada, cravação com alto padrão de qualidade, artesanias em madeira e fibra são encontradas nas joias dessas coleções produzidas por uma rede de prestadores de serviços criativos devidamente formalizados.

Outra extraordinária invenção presente nesta vitrine são as gemas vegetais protagonizadas na coleção Sinestesia da Floresta, criadas pelo pesquisador e mestre ourives paraense Paulo Tavares, e produzidas pela empresa Mônica Matos da Amazônia, uma dupla dinâmica e talentosa da joalheria paraense, que com está invenção trouxe outro elemento fundante para essas joias: a inovação.

Imersos neste mundo inovativo de criar e produzir joias, foram lançadas três coleções empoderadas de ineditismo. Geradas por processos distintos de criação, duas destas coleções contaram com a direção criativa da designer carioca Regina Machado (Encantos da Cidade) e da designer paraense Rosângela Gouvêa (Passeio por Belém nos seus 400 Anos de História).

SINESTESIA DA FLORESTA 

Com o destaque das gemas vegetais, as joias da coleção Sinestesia da Floresta percorreram um processo diferenciado de criação, ao reunir um coletivo de designers, empreendedores individuais e microempresários para a criação de joias sob o conceito da sustentabilidade e da promoção da diversidade cultural, destacando a relação cultura-natureza e cultura alimentar da “Amazônia paraense”.

Usando as gemas vegetais criadas por Paulo Tavares e produzidas por Mônica Matos, um grupo de onze designers e 15 empresas formais de joias produziu uma coleção que dá continuidade ao projeto de “joias sustentáveis”, denominado “Metal-Morfose” e lançado em novembro de 2014, por meio do Programa Polo Joalheiro do Pará, a partir da pesquisa de Paulo Tavares e da participação inicial de um grupo de empresas e designers.

Trata-se de uma experiência inovadora de criar e produzir joias em um momento em que crescem as possibilidades de formar novos valores éticos na relação “homem/ consumo/mercado” e o desenvolvimento endógeno no território amazônico.

A partir de movimentos dialógicos entre a joia, a inovação e os valores intangíveis da cultura amazônica, foram produzidos anéis, colares, brincos, pingentes, braceletes e broches, utilizando as gemas vegetais de jambu, açaí, pupunha, chocolate, tucupi, pimenta, urucum. Uma rara experiência que promove a cultura amazônica e a gastronomia paraense. São formas inovadoras de difundir e preservar tradições de comunidades milenares da Amazônia na característica que lhe é mais particular: a sua cultura alimentar.


A modelo camilla Correia usa colar "Floresta Viva": Coleção de Joias Sinestesia da Floresta. Criação do designer Felipe Braun e produção da empresa Contemporâneo Design. Em prata com gema vegetal de pimenta (criada e produzida por Mônica Matos e Paulo Tavares) e gemas minerais ametista e granada. Foto: Leandro Santana AIB.

A modelo Marcela Lima usa "Sol Marajó", joias da Coleção Sinestesia da Floresta. Criação e produção da designer Nilma Arraes: em prata com gemas vegetais de açaí, criadas e produzidas por Paulo Tavares e Mônica Matos. 
Foto: Leandro Santana AIB.

Participam desse coletivo que criou a coleção “Sinestesia da Floresta” os seguintes designers, empresários, lapidários, ourives, pesquisador e produtor das gemas vegetais: Clara Amorim, Rosáurea Simões, Lídia Abrahim, Brenda Lopes, Nilma Arraes, Marcilene Rodrigues, Mônica Matos, Jocilene Souza, Felipe Braun, Fábio Monteiro, Bianca Kuroki, Barbara Müller, Jod Joias, Realiza Joias, Francisco Assis, Moã-Aram Joalheria, Amazonita, Rahma Gemas e Joias, Yemara Ateliê, Bellart Joias, Francileudo Furtado, Ednaldo Pereira, Joelson Leão, Charles Cordovil, Paulo Tavares e Mônica Matos Joias da Amazônia e Sila Brasila.

A CULTURA E A CIDADE 

A coleção de joias Encantos da Cidade é resultado de workshop de geração de produtos ministrado pela designer e arquiteta carioca Regina Machado. Essa coleção apresenta joias que adotaram no seu processo de criação e produção o conceito “Design Global Contemporâneo”, além de estudos e novas referências das tendências estéticas, de mercado e de repertórios do setor joalheiro mundial, derivadas desses movimentos.

 As inspirações temáticas escolhidas pelos criadores da coleção decorreram das pesquisas sobre os ambientes intangíveis da cidade e da cultura paraense amazônica. Coube a esses talentosos criativos destacar, nesse processo, o sentido amplo de comunicação do design de joias, reunindo a estética, a agregação dos valores tangíveis e intangíveis da cultura, destacando as características multidimensionais identitárias da Amazônia, sua história, o imaginário, a cidade e seus habitantes.


A modelo Stefany Figueiredo usa “Tradição Junina”, joias que integram a Coleção Encantos da Cidade. Criação da designer Helena Bezerra e produção da empresa HS Criações e Design: em prata com chita resinada. Foto: Leandro Santana AIB (acime) e João Ramid AIB.  

Neste processo foram destacadas, em recortes, a estética indígena dos grafismos marajoaras, o mistério e o lado idílico da lenda da Iara, a estampa das chitas das danças juninas, os sentimentos e emoções das lembranças de louças de família de porcelana, traços étnicos de tribos indígenas amazônicas, o encontro das águas nos rios da Amazônia e de Belém, as luminárias das praças da cidade, a beleza das helicônias, entre outras fontes de inspiração. Uma difícil tarefa quando toda essa “reserva de valor” deve ser apresentada sob uma leitura universal na busca de emocionar o olhar de visitantes de outros territórios. Tudo indica que a experiência deu certo, pois talento e criatividade são qualidades fortes deste grupo criativo.

Participam desta coleção os seguintes designers, lapidários, empresas e ourives: Joseli Limão, Celeste Heitmann, Laise Lobato, Jorge Duarte, Helena Bezerra, Brenda Lopes, Marcilene Rodrigues, Rosáurea Simões, Felipe Braun, Lídia Abrahim, Leila Salame, Da Natureza, HS Criações e Design, Bellart Joias, Gemas do Mundo, Contemporâneo Design, Ourogema, Yemara Atelier, Sila Brasila, Emerson Bezerra, Ednaldo Pereira e Cristiano Tavares.

HISTÓRIA, ARQUITETURA E CIDADE 

Tempo, memória e história do lugar, mediados pela arquitetura e recortes de enredos sobre a cidade de Belém. A partir dessa reflexão, um coletivo de designers e empresas do Programa Polo Joalheiro do Pará criou a coleção Passeio por Belém nos seus 400 anos de História.

O objetivo inicial da geração da coleção era celebrar o aniversário da capital paraense, que em 12 de janeiro de 2016 completou 400 anos. Com a realização do workshop de geração de produtos da coleção de joias “Belém 400 Anos”, ano passado, com a designer e professora do curso de Design da Universidade do Estado do Pará, Rosângela Gouvêa, o tema central da coleção foi redefinido: a arquitetura da cidade, suas perspectivas e narrativas.

Belém, como grande parte das cidades, é multifacetada em sua arquitetura e forma de organização urbana. Sabedor desse conhecimento, o coletivo criativo opinou pelo recorte da cidade, identificando o seu patrimônio histórico-cultural sobre os prédios do período colonial ao Brasil República.

A partir de uma imersão histórica foram criadas joias sob o conceito “memória”. As metodologias de design de joias da coleção, didaticamente, seguiram as seguintes fases: pesquisa de conteúdo teórico e levantamento de dados através de imagens e da realização de uma imersão in loco, feita em outra atividade programada pelo Polo Joalheiro do Pará, que contou com visitas monitoradas pelos bairros de Belém, com a presença do historiador e fotógrafo paraense Michel Pinho.

Dando prosseguimento ao processo, foram desenvolvidas diversas técnicas de criatividade nas etapas de preparação, geração e seleção de ideias e revisão do processo criativo, de maneira que os conteúdos culturais e históricos levantados fossem agregados por meio do design, considerado neste processo de criação e produção de joias uma ferramenta que agrega inovação, identidade cultural, valores estéticos e diversidade cultural.

Nessa perspectiva, os olhares e recortes sobre esses conteúdos foram expressos a partir das fachadas dos prédios, praças e monumentos visitados e pesquisados. Foram enumerados os ricos detalhes de pisos, gradios, telhados, símbolos patrióticos, luminárias de monumentos e praças, objetos sacros, mercados de carne e peixe, ladrilhos e calçadas.

A coleção gerada permite uma incursão em uma cidade, na qual, no dia-a-dia, não se consegue perceber que exista, mas de maneira surpreendente está muito próxima de todos.

São joias encantadoras pelas suas delicadas expressões e rico conteúdo da memória cultural da cidade. Aliados a tanta sensibilidade estão os processos de ourivesaria artesanal e as adequadas escolhas dos tipos de lapidação, produzidas em forma de briolet, gota, navetes e cabochão.

As escolhas das gemas, como quartzos hialinos, cornalina, ágata vermelha, jade, quartzos leitoso branco, fumê e verde, esmeraldas, ametistas, crisoprásios, hematita, citrinos, rubi, green gold e perólas barrocas, deram a devida elegância às joias memoriais produzidas.

A modelo Emanuelle Costa usa colar "Aos Teus Pés". Integra a Coleção Passeio por Belém nos seus 400 Anos de História. Criação de Mônica Matos e produção de Mônica Matos Joias da Amazônia e Paulo Tavares. Em prata com gema mineral green gold em forma de gota. Foto: Leandro Santana AIB. 
A modelo Livia Soares usa conjunto "Nostalgia", integra a Coleção Passeio por Belém nos seus 400 Anos de História. Criação e produção do designer  Ivam Silva. Em prata com quartzo hialino. Foto: Leandro Santana AIB 

Participam desta coleção os seguintes profissionais designers, criadores, produtores, lapidários, empresas e ourives: Bianca Kuroki, Brenda Lopes, Celeste Heitmann, Helena Bezerra, Ivam Silva, Ivete Negrão, Jorge Duarte, Joseli Limão, José Leuan, Mônica Matos, Rosáurea Simões, Rosa Castro, Joiartmiro, Ourogema, Francisco Assis, HS Criações e Design, Sila Basila, Amazon Art Joias, Jod Joias, Da Natureza, Leila Salame, Paulo Tavares, Emerson Bezerra, Joelson Leão, Sérgio Marques e Ednaldo Pereira. 

*Rosa Helena Nascimento Neves é pedagoga, mestra em Políticas Públicas na área da Educação, produtora cultural nas áreas do Teatro, Música e Cinema, pesquisadora sobre os temas “Manifestações Culturais do Estado do Pará” e “Memória Feminina”, com experiência em gestão de projetos sociais e de economia criativa. Atua, desde 2007, como diretora executiva do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e do Espaço São José Liberto e do Programa Polo Joalheiro do Pará.


Ascom Igama




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Exposição Potências Amazônicas segue até o dia 3 de abril

Exposição Potências Amazônicas. Foto: Leandro Santana AIB

A direção do Espaço São José Liberto (ESJL) informa que a exposição "Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos", aberta no início do mês de fevereiro, na Casa do Artesão do espaço, foi prorrogada até o dia 3 de abril. A mostra  promove o encontro de vários setores criativos, potencializando o trabalho de profissionais e estudantes, em homenagem os 400 anos de Belém. Com acervo que reúne joias, moda, design e artes plásticas, as nove coleções que compõem a exposição são inspiradas na cidade, em sua diversidade cultural e biodiversidade. 
A promoção é do Governo do Pará, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), do Núcleo Estadual de Arranjo Produtivo Local - Pará e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama). Os produtos expostos estão sendo comercializados e os horários de visitação são de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos, das 10h às 18h. O São José Liberto - Polo Joalheiro do Pará está situado na Praça Amazonas, s/n, bairro do Jurunas. Entrada franca. Informações: 3344-3500.
Ascom Igama




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Seminário de Cosméticos de Base Florestal da Amazônia


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Ascom Igama




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Campanha "10 minutos contra o Aedes Aegypti"



Ascom Igama




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Arranjo produtivo local de moda e design é formalizado no São José Liberto

Formalização do APL. Foto: Leandro Santana/AIB

Com vasta programação, na noite da última terça-feira (2), no Espaço São José Liberto, foi formalizado o Arranjo Produtivo Local de Moda e Design – Polo Metrópole, em uma promoção do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Núcleo Estadual de Arranjo Produtivo Local (NEAPL)/ PA e Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), com apoio dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Midc) e da Cultura (MinC). Um desfile de moda e a abertura da exposição “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos” integraram a cerimônia.

O Plano de Desenvolvimento do APL de Moda e Design, resultado do Edital nº 3/ 2013, promovido pelo Midc e MinC, foi elaborado por integrantes do coletivo intersetorial, que abrange o público, o privado e o Terceiro Setor. As áreas de conhecimento multidisciplinar contam com o apoio de instituições de educação superior; turismo; tecnologia e inovação; cultura; economia; movimentos setoriais; associações e organizações; fomento ao empreendedorismo; capacitação profissional; economia criativa; bancos; fazenda e tributo; artesanato e manualidades; moda; design de joias; fornecedores de matérias primas; meio ambiente; empreendedorismo e federações.

Na cerimônia de formalização foram apresentadas as 40 empresas que já aderiram ao APL, bem como os 30 empreendimentos informais que, em breve, ingressarão no arranjo. Por se caracterizar por um APL Intensivo em Cultura, este arranjo beneficia as categorias culturais no campo das criações culturais e funcionais de moda e design. Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

Um desfile produzido pelo styling Diogo Carneiro abriu a noite e mostrou peças das nove coleções da mostra. São elas: Miriti–Tauá: Memórias Entrelaçadas; Mostra Marajó; Ruas e Rios de Belém; Pano Arte; Belém 400 Anos: História, Cultura e Memória; Encantos da Cidade; Passeio por Belém nos 400 Anos de História; Belém: Uma Poesia do Imaginário; e Sinestesia da Floresta. Quinze modelos desfilaram em um cenário com plantas naturais e trilha sonora instrumental.

 Desfile apresentou as nove coleções. Foto: Leandro Santana/AIB 

Em seguida, foi feita a assinatura de formalização do APL de Moda e Design Polo Metrópole Pará. Assinaram o documento Djane Amaral, secretária adjunta da Sedeme; Sérgio Menezes, diretor de Mercado da Sedeme e diretor do NEAPL de Moda e Design Metrópole Pará; Fabrizio Guaglianone, diretor-superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Pará; Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama, organização social gestora do Espaço São José Liberto, do Programa Polo Joalheiro do Pará, do APL de Gemas e Joias e coordenação técnica do APL de Moda e Design – Polo Metrópole.

“A palavra que melhor resume o evento de hoje é ‘parabéns’. Por isso, quero primeiro parabenizar a todos os organizadores, o Igama, os universitários e as universidades de nosso Estado, que geram, cada vez mais, profissionais competentes na área de moda. Parabéns ao Governo do Estado que, por meio da Sedeme, organiza, entende e prioriza o potencial desse setor. O Sebrae se soma a esse processo na condição de parceiro do governo, ao lado do Senai e do Senac, na criação de um ambiente favorável para negócios no segmento da moda. Finalmente, quero parabenizar os empresários envolvidos, pois, a cada criação, a cada evento, é o empreendedorismo do Pará que é valorizado”, disse o diretor-superintendente do Sebrae no Pará.
"Essa formalização do APL de Moda e Design marca um novo momento, vivido não só por este segmento, mas por diversos outros do Pará, em que estamos tentando organizar cadeias produtivas fundamentais de nosso Estado, para que, com isso, possamos dar muito mais estrutura tanto do ponto de vista financeiro, possibilitando aí a montagem de coleções, ateliês etc quanto do ponto de vista estrutural, divulgando, fazendo os nossos produtos circularem, chegarem a outros mercados e criando um ambiente de negócios favorável para todos. Agora, para que isso aconteça, é necessário o apoio e participação de todos que compõem este setor, pois um arranjo produtivo local não é algo do governo, de empresas ou empresários, é algo de todos e que só irá acontecer e se desenvolver se for abraçado por todos esses atores”, afirmou a secretária adjunta da Sedeme.

Potências Amazônicas

A exposição de economia criativa é composta por acervo de 200 objetos e produtos originados das nove coleções dos setores criativos joias, moda, design e artes plásticas. Participam como expositores estudantes de Moda e Design de produto, 31 criadores e designers profissionais, 40 empresas, empreendedores individuais e microempresas, 70 profissionais prestadores de serviços dos setores de moda, joias, artesanato, e artes plásticas, cinco curadores, oito consultores e um coletivo de criadores, bem como a participação especial do pesquisador e mestre ourives Paulo Tavares. A composição artística e visual da mostra é da designer Barbara Müller.

Exposição "Potências Amazônicas". Foto: Leandro Santana/AIB

Para Fernado Hage, designer e professor do curso de Moda da Unama, o nome da exposição referenda toda a força que a cultura da nossa região tem e como isso pode virar produto de moda, design e joalheria. “No caso da Unama a gente tem dois projetos (Miriti Tauá e Pano Arte) que, de certa forma, são distintos, com um estilo diferente de resultado, mas que se unem nesse ponto: mostrar a força que a gente tem, o lado criativo que a região tem e que a gente precisa valorizar muito mais”.

Para Hage, a exposição abre um ciclo porque está mostrando o que vem sendo feito pelo Igama, junto com os designers e consultores, ao longo dos últimos anos no espaço, nas oficinas, e “que tem ainda muito fruto para dar e potencial pela frente”.

No projeto “Miriti Tauá: Memórias Entrelaçadas” o grupo é formado por seis alunos da universidade. Já o projeto “Pano Arte” conta com a participação de 25 alunos, divididos em cinco grupos. Segundo Fernando Hage, cada grupo desenvolveu o tecido e criou um “look” em parceria com o artista plástico Rui Marcelo Rodrigues, do Coletivo Baseados em Artes, do qual também faz parte o economista Francisco Fortes.

A Pano Arte revela experimentações de estética e linguagem em que os alunos tiveram a liberdade de interagir e interferir na estrutura das obras do artista plástico. Com o auxilio do fogo, Rui une tecidos em movimentos próprios de sua personalidade. A técnica, denominada “forja em tecido”, usa sobras e retalhos de tecidos sintéticos sobrepostos que, unidos pelo fogo, criam novas estruturas, combinações e nuances entre as suas emoções e os tecidos. Os alunos de Moda buscaram uma abordagem menos tecnológica e mais cultural e manual, propondo novos sentidos de inovação.

Já pesquisa para o “Miriti Tauá”, lembra a universitária Rosáurea Vasconcelos, iniciou-se em janeiro de 2015, quando os conceitos começaram a ser trabalhados pelos estudantes. De acordo com Nayron Aguiar, que integra o grupo, o projeto sustentável e ecológico foi focado em um trabalho artesanal mais elaborado. O miriti, fibra extraída da palmeira Miritizeiro, foi a matéria-prima escolhida após meses de pesquisa. Para tingir os seis vestidos da coleção foi escolhido o urucum, fruto do urucuzeiro, de tom avermelhado.

“Os processos usados foram o da trança, que a gente vê no ‘top’, e o próprio crochê, feito com a fibra do miriti, além da fibra bruta. A gente usou também esteiras de fibras, pensando em deixar (as peças) bem naturais porque nossa coleção é comercial e conceitual”, explicou Nayron, observando que estes eram os requisitos exigidos pelo Dragão Fashion, concurso nacional, realizado em Fortaleza (Ceará), no qual eles conquistaram, em 2015, o segundo lugar, ficando entre as melhores universidades de Moda do Brasil, além da menção honrosa que a coleção recebeu no Museu da Casa Brasileira, de São Paulo (SP), de onde chegaram, recentemente.

Outra coleção que chama a atenção dos visitantes é a “Sinestesia da Floresta”, de joias criadas por um coletivo de empreendedores criativos em busca da geração da “joia sustentável”. Em seu fazer poético e profissional, esse coletivo revela, a partir de seus talentos individuais e de sua valiosa rede de prestadores de serviços criativos, possibilidades de promover o desenvolvimento do setor joalheiro, seguindo percursos dialógicos entre a inovação, os valores intangíveis da cultura amazônica e do design, comunicando a invenção inovadora, a diversidade e o desenvolvimento do setor joalheiro tendo como referência a sustentabilidade ambiental, econômica e cultural.

Mostra reúne diversos setores criativos.
Foto: Leandro Santana/AIB
                                                             
Neste movimento transgressor de criar e produzir joias com as marcas da Amazônia são divulgadas as “gemas vegetais”, desenvolvidas pelo mestre-ourives Paulo Tavares e produzidas por Mônica Matos. A designer Brenda Lopes integra o coletivo e criou a coleção “Orvalhos”, em prata com gema vegetal de pimenta e tucupi.

“Potencializar, unir forças era o que estava faltando para dar mais resultados brilhantes e criativos. A exposição reuniu várias linguagens e vários setores da arte”, comentou a designer, que também criou para a coleção “Belém: 400 Anos” joias inspiradas no Mercado de Ferro do Ver-o-Peso, a maior feira a céu aberto da América Latina.

A exposição tem a parceria da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Unama e Estácio FAP. “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos” fica aberta ao público até 13 de março, no horário de visitação do Espaço São José Liberto: de terça-feira a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h.

(Colaboraram Ângela Gonzalez, da Ascom Sebrae, e Rafael Sobral, da Ascom Sedeme)
Luciane Fiuza
Organização Social Instituto de Gemas e Joias da Amazônia


Fonte: Agência Pará de Notícias


Ascom Igama




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São José Liberto fechará no Carnaval

                                                   Fachada do Espaço São José Liberto. 
                                                   Foto: Geraldo Ramos - Agência Pará

A direção do Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro do Pará (Praça Amazonas, s/n, Jurunas) informa que o local não abrirá ao público no próximo domingo (7), segunda (8), terça (9) e quarta (10), feriado de Carnaval. A partir de quinta (11), o funcionamento volta ao seu horário normal: de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos, das 10h às 18h. No local, funcionam a Casa do Artesão, o Jardim da Liberdade, o Memorial, a capela, o Museu de Gemas do Pará e as lojas de joia. O espaço é mantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), sendo gerenciado pela organização social Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama). 

Ascom Igama




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Governo apresenta plano de desenvolvimento econômico e sustentável



    Governador Simão Jatene fala para os participantes do encontro. 
     Foto: Antônio Silva - Agência Pará
As estratégias para o desenvolvimento do Pará nos próximos 15 anos foram apresentadas pelo governador Simão Jatene durante cerimônia nesta quarta-feira (3), no Espaço São José Liberto, em Belém. O “Pará 2030” é um projeto que traz ações que usam a sustentabilidade como base para dinamização da economia e melhoria dos indicadores socioeconômicos do Estado. Foram apresentadas ainda as estratégias de desenvolvimento do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU Habitat), que pretende implementar uma metodologia para diminuir os impactos sociais e ambientais provocados pela instalação de grandes projetos no Estado.
"Todos temos consciência que o padrão e o modelo de desenvolvimento que, de certa forma foi imposto ao Pará, fundado na simples extração e exploração de recursos naturais, não tem a capacidade de gerar aquilo que é fundamental, que é o bem estar da própria sociedade. Esse é um projeto estratégico para que o Estado defina cadeias produtivas e que ramos da economia precisam ser mais trabalhados e são mais lucrativos para que a iniciativa privada se sinta motivada a investir”, disse o governador Simão Jatene sobre o “Pará 2030”.
Os estudos e discussões para implantação do “Pará 2030”, coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), em parceria com a McKinsey – consultoria empresarial especializada em projetos estratégicos –, tiveram início em agosto de 2015. As ações definidas durante esse período de planejamento serão colocadas em prática ao longo dos próximos anos. O programa já elegeu dez cadeias produtivas prioritárias, baseadas na vocação do Estado e que também apresentam grandes oportunidades de desenvolvimento, geração de renda e emprego: agronegócio, agricultura familiar, pesca e aquicultura, atividade florestal, biodiversidade, mineração, serviços ambientais, logística, energia, turismo e gastronomia.
Entre as ações prioritárias estão o investimento em pesquisa e desenvolvimento, capacitação técnica, melhoria dos métodos de produção e atração de novos negócios. A expectativa é que, juntas, essas atividades aumentem o Produto Interno Bruto (PIB) paraense em R$ 76 bilhões até 2030.
Impactos – Já o ONU Habitat irá atuar na implementação de ações para antever problemas em territórios impactados por grandes empreendimentos, como hidrelétricas, ferrovias, rodovias, portos e mineradoras. As regiões que serão trabalhadas no Estado são Tapajós e Xingu. “Esse projeto se encaixa na visão que o governo está apresentando do novo modelo de desenvolvimento harmônico sustentável, e isso soma com a proposta da ONU. Estamos apoiando com mecanismos que possibilitem que isso se torne realidade, atuando no licenciamento ambiental e na criação de condições de implementação de estruturas de desenvolvimento, rebatendo esse modelo sustentável do Estado para o desenvolvimento regional”, afirmou a presidente do Instituto Dialog, Liane Freire, que também faz parte do projeto.
Os dois programas são instrumentos que vão nortear a economia paraense nos próximos 15 anos. O titular da Sedeme, Adnan Demachki, avalia positivamente as iniciativas. “Com o Pará 2030 iremos trabalhar 23 cadeias econômicas e oportunidades, visando crescer a economia paraense em torno de 6% a 7% ao ano, para que em 15 anos tenhamos igualado a renda per capita do Pará a média do Brasil. Já o ONU Habitat norteará os grandes licenciamentos ambientais que forem implantamos no Pará, de forma que os projetos efetivamente tragam desenvolvimento para as regiões em que forem implantados”, disse o secretário.
Ao final do encontro, o governador reiterou a importância da aplicação dos dois projetos. “A crise nos apresenta novas oportunidades, e é nisso que estamos trabalhando. Tenho certeza que o ‘Pará 2030’ e o ‘ONU Habitat’ nos preparam não só para a saída da crise, gerando emprego e renda, mas também para uma estratégia de desenvolvimento para os próximos anos, para que a gente possa cada vez mais nos aproximar daquilo que todos nós desejamos que é uma sociedade mais justa, fraterna e feliz”, completou o governador.
Também participaram da cerimônia o vice-governador Zequinha Marinho, o deputado Estadual Marcio Miranda, presidente da Assembleia Legislativa; José Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Roberto Marinho e parceiro dos programas; Elkin Velasques, diretor regional para América Latina e Caribe da ONU Habitat, além de secretários de Estado, lideranças políticas e representantes do setor produtivo.
Lidiane Sousa
Secretaria de Estado de Comunicação
Fonte: Agência Pará de Notícias




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Exposição “Potências Amazônicas” será aberta nesta terça-feira, 2


               Colar da Coleção Belém - Uma Poesia do Imaginário, em prata com chifre de búfalo pirografado e fio laminado sintético, criado pela designer Ana Everdosa. Foto: Leandro Santana/AIB

Os setores criativos da joia, design, moda e artes plásticas estão representados nos cerca de 200 produtos que formam o acervo da exposição “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos”, que será aberta ao público nesta terça-feira, 2, a partir das 19h, no Espaço São José Liberto. Na programação do evento constam ainda cerimônia de formalização do Arranjo Produtivo Local (APL) de Moda e Design – Polo Metrópole Pará e desfile de moda e de joias, que apresentará as nove coleções que integram a mostra.

A exposição ficará aberta ao público até o dia 13 de março, no horário de visitação do Espaço São José Liberto: de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h. A promoção é do Governo do Pará, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e Núcleo Estadual de Arranjo Produtivo Local (NEAPL)-PA.

A proposta é promover o encontro dos setores criativos envolvidos, potencializando o trabalho de profissionais e estudantes. Calcada nas bases da economia criativa como impulsionadora do desenvolvimento territorial, a mostra reúne um coletivo de criadores que dialogam entre si.

A programação de abertura conta com a participação de 15 modelos, sendo dois homens e 13 mulheres, que desfilarão com joias, acessórios, roupas e mocaps – espécie de projetos conceituais em dimensão real, criados, para este evento, por alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa), uma das parceiras do evento, junto com a Universidade da Amazônia (Unama) e a Estácio FAP/PA.

De acordo com o produtor cultural e styling Diogo Carneiro, que coordena o desfile, os 15 modelos mostrarão a diversidade das criações e uma amostra das nove coleções, com trilhas sonoras específicas para o conceito de cada uma.

“Além das joias, vamos mostrar bolsas, coleções criadas por alunos da Uepa, que trouxeram os mockups, que são peças conceituais, um projeto do conceito de uma construção, bem diferenciado. Tem as criações da FAP. A Unama vem com duas coleções, o Miriti Tauá e o Pano Arte. As joias da ‘Belém 400 Anos’ destacam pontos turísticos e outras referências. São peças bem legais, como também as joias da coleção ‘Sinestesia (da Floresta, com gemas vegetais)’, inspirada em frutos, no tucupi, tucumã...”, revela o produtor, que já realiza pela quarta vez parceria com o Polo Joalheiro.

                                           Bolsa Telhados da Cidade Antiga, criada pela designer Rosa Castro.
                                                                       Foto: Leandro Santana/AIB


Quem visitar a mostra, segundo a designer Barbara Müller, que assina a composição artística e visual da “Potências Amazônicas”, poderá mergulhar no processo criativo e na mágica da sua materialização. Ela conta que, a partir dessas referências, foi conceituada a ideia da montagem da exposição, que se dá dentro de uma ‘caixa’, a qual abriga e matura todas essas potências, desde o embrião, representado nos projetos de alunos, até a mais requintada joia finalizada. Assim como o croqui e a roupa idealizada.

“Logo na entrada, chama a atenção uma parede viva, tendência mundial, também conhecida como parede ecológica. Com plantas naturais, o espaço insinua o ambiente fértil, criativo e vivo, no qual a natureza será sempre um ícone”, comenta Bárbara, que também participa da exposição como designer de joias.

Diálogo - As nove coleções interligam-se através do design, realçando talentos individuais e construindo entre os grupos trocas criativas e de produção entre os microempresários, profissionais dos setores criativos de joias e moda e as universidades com cursos de design, dando visibilidade as pesquisas e produtos criados por estudantes de design.

O design como ferramenta aponta diálogos entre as coleções, possibilitando a construção dos elos entre os grupos de talentos individuais que criaram os objetos e os produtos.

Rosângela Gouvêa Pinto, designer e professora da Uepa, é uma das diretoras criativas da mostra. Ela representou um desses elos, ao unir estudantes universitários e profissionais, a partir do tema central da arquitetura da cidade, suas perspectivas e narrativas, abordado, em novembro passado, no Workshop de Geração de Produtos da Coleção de Joias “Belém 400 Anos.

Cada aluno escolheu um logradouro ou prédio significativo dos bairros selecionados - Reduto, Campina, Comércio, Batista Campos e Nazaré. Foram trabalhadas, basicamente, as fachadas e alguns objetos do interior das residências, também vinculado com a arquitetura. “Na parte teórica trabalhamos os estilos barroco, neoclássico, art nouveau e art décor, muito presentes na nossa cidade. O foco é a arquitetura. Queremos que as pessoas reconheçam os prédios de Belém e que transcendam esse tempo e espaço. Muitos deles têm muito tempo de existência”, explica a professora.

Rosângela Gouvêa conta também que participam 35 alunos de suas turmas de Design da Uepa e que o resultado dessa pesquisa poderá ser visto na mostra com a apresentação de mockups - projetos conceituais em dimensão real. Já os integrantes do Polo Joalheiro do Pará criaram joias em ouro e prata com matérias-primas diversas, inspiradas na arquitetura de Belém. 

Um desses mockups denominado "Traição", foi criado pelos alunos Amanda Santos, Angelo Salzer, Ferdinando Magalhães e Tamires Menezes, da Uepa, faz referência ao mais notável movimento popular do Brasil, a Cabanagem.. Em formato de cobra até o centro da cabeça, o fogo representado na peça identifica o incêndio dos cabanos em resposta à traição de Eduardo Angelim.

 
"Traição”, mockup criado pelos alunos do Curso de Design da Uepa.  
Foto: Leandro Santana/AIB
Outro trabalho que será destaque na mostra é o desenvolvido pelo artista plástico Rui Marcelo Rodrigues, do Coletivo Baseados em Artes, formado também pelo economista Francisco Forte. Eles criam produtos inspirados nas relações entre o homem e os resíduos que ele gera, sempre com a preocupação da preservação ambiental.

"Quando produzo, me inspiro na Terra, na cidade e em suas conformações entre árvores, gente, arquitetura e rios de Belém. As cores são inspiradas em nossos animais e pássaros, e seus movimentos e texturas. A criação se relaciona diretamente com o colorido da nossa cultura e da nossa gente”, explica Rui Rodrigues, para quem a maior inspiração é vislumbrar que, por meio das artes, é possível devolver ao ser humano os resíduos por ele mesmo produzido.

Números - Integram a exposição nove coleções, 200 objetos e produtos, quatro setores criativos (joias, moda, design e artes plásticas), estudantes de Moda e Design de Produtos, três universidades, 31 criadores e designers profissionais, 40 empresas, empreendedores individuais e microempresas, 70 profissionais prestadores de serviços dos setores de moda, joias, artesanato, e artes plásticas, cinco curadores, oito consultores e um coletivo de criadores.

Serviço: Abertura da Exposição “Potências Amazônicas: Biodiversidade e Diversidade Cultural na Belém 400 Anos”, solenidade de formalização do APL de Moda e Design – Polo Metrópole Pará e desfile de moda e de joias. Na Casa do Artesão do Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, Jurunas), a partir das 19h, nesta terça-feira, 2. Entrada franca. A mostra fica aberta até o dia 13 de março, no horário de visitação do ESJL: de terça a sábado, das 9h às 18h30, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h.

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