Polo Joalheiro do Pará e Sedeme promovem a inclusão de novos empreendedores no setor de gemas e joias em Abaetetuba

O encontro foi prestigiado por empreendedores de gemas e joias de Abaetetuba

Cerca de 20 empreendedores formais e informais do setor de gemas, joias e outros segmentos desta cadeia produtiva do município de Abaetetuba, no nordeste paraense, prestigiaram o ciclo de palestras “Novos Empreendedores de Gemas e Joias do Pará”, que ocorreu na última quinta-feira (15), na sede da Associação Comercial de Abaetetuba (ACA). O encontro teve como propostas oportunizar a troca de informações sobre o Programa Polo Joalheiro do Pará e parceiros, visando à inclusão socioprodutiva no setor de gemas e joias do Estado e à sensibilização de novos empreendedores para participar do programa e dos serviços desenvolvidos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O evento foi promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) – organização social gestora do programa e do Espaço São José Liberto –, em parceria com o Sebrae, ACA, Prefeitura de Abaetetuba e as empresas JR Joias e Amazonita.
A prefeita de Abaetetuba, Francinete Carvalho,
participou do ciclo de palestras
Durante o evento foram identificados conceitos básicos sobre empreendedorismo, criatividade e tipos de empreendimentos do setor, sob a lógica da complementaridade de competências. Também foi feito o cadastro dos novos empreendedores do Programa de Desenvolvimento do Setor de Gemas e Joias do Pará, mais conhecido como Programa Polo Joalheiro. A abertura do encontro teve a participação da prefeita de Abaetetuba, Francinete Carvalho, que declarou apoio ao projeto e falou sobre a importância da ação para impulsionar o crescimento econômico do município, com a geração de renda e emprego, em uma atividade com forte vocação para ser desenvolvida em Abaetetuba.
A presidente da ACA, Maria de Jesus Costa da Silva, reforçou que a instituição está aberta para apoiar o setor, inclusive, com a criação de uma Câmara Setorial de Gemas e Joias na associação, como forma de fortalecimento do setor no município. O diretor do Instituto Federal do Pará (IFPA), Valdinei da Silva, colocou a instituição à disposição para colaborar com o desenvolvimento de tecnologias e inovações voltadas para a joalheria artesanal.
Segundo a diretora executiva do São José Liberto, Rosa Helena Neves, o primeiro ciclo de palestra é uma iniciativa direcionada para a organização do setor de gemas e joias do território de Abaetetuba para que, em curto, médio e longo prazo, sejam formalizados empreendimentos, absorvidas novas competências criativas e empreendedoras e gerados negócios em rede e de forma individual.
“Aqui é um momento de sensibilização, marcado pelo inicio de um trabalho de construção de uma rede de parcerias”, disse a diretora, que proferiu a primeira palestra do encontro, na qual falou sobre o Programa Polo Joalheiro e o Espaço São José Liberto aos presentes, destacando ações do programa destinadas à qualificação profissional, promoção e comercialização, gestão e mercado.
A valorização dos mestres ourives e a profissionalização de todos os agentes dos segmentos dessa cadeia produtiva, com a ampliação da atuação do Polo Joalheiro do Pará, são metas do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia e da Sedeme. O coordenador comercial e tecnológico do Igama, Thiago Albuquerque, também participou do encontro e tirou dúvidas sobre procedimentos para o ingresso de novos empreendedores no programa.
Segundo Thiago Albuquerque, na cadeia produtiva da joia, as atividades do programa abrangem os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Abaetetuba, registrando, atualmente, o cadastro de 121 ourives, 52 empresas de joias formais, 19 informais e 42 designers, além dos artesãos cadastrados na Casa do Artesão, que somam mais de 750, oriundos de 43 municípios de todas as regiões do Estado. No setor da moda, o mais recente do programa, estão cadastradas 33 empresas formais e 21 empreendedores informais.


Evento teve palestras sobre empreendedorismo
A segunda palestra do ciclo teve como tema “Microempreendedor individual”. O analista do Sebrae de Abaetetuba, Ítalo Benedito Calliari Bahia, falou sobre características e habilidades que o micro e pequeno empreendedor deve ter e buscar para criar, abrir e empreender negócios. A busca por informações e pela formalização, segundo ele, devem ser prioridades para quem deseja crescer com seus empreendimentos. O Microempreendedor Individual (MEI) – programa de formalização de empreendedores, criado pela Lei 128, de 19 de dezembro de 2008 – foi um dos pontos em destaque da palestra do analista, que falou sobre as vantagens de se formalizar, como a possibilidade de participar de licitações e a dispensa de escrituração fiscal e contábil.
 Ítalo Calliari, analista do Sebrae de Abaetetuba, foi um dos convidados do encontro 
Em seguida, dois exemplos de sucesso na área da joalheria foram relatados pelos empresários José Raimundo Silva Cardoso e Maria de Nazaré Cardoso Paixão, donos das empresas JR Joias e Amazonita, que encerraram o ciclo de palestras com os relatos de suas experiências. Com o tema “O empreendedorismo no setor joalheiro – cases de sucesso em Abaetetuba – Pará”, José Raimundo relembrou etapas da trajetória e falou sobre os desafios da profissão.
“Hoje, estamos nessa luta na busca de melhorias, que ganhou impulso em 1998, com a criação do Programa Polo Joalheiro do Pará. Em 1999 parti de Abaetetuba para Belém para, junto com o Governo do Estado, Sebrae e secretarias especiais de governo, sensibilizar e aglutinar as pessoas em torno deste projeto. A partir de 2000, a joia paraense passou a ter uma identidade”, disse o empresário, cuja empresa foi a primeira formalizada a ingressar no programa.
   José Raimundo e Maria Paixão falaram sobre suas experiências
A empresária Maria Paixão foi uma das palestrantes
Maria Paixão falou sobre a criação do Consórcio de Joias do Pará – formado por nove empresas do Polo Joalheiro do Pará – e as vitórias decorrentes da iniciativa, entre eles a efetivação de projetos com o empresariado internacional. “A Amazonita se qualificou, se preparou para entrar no mercado internacional. Todo o nosso trabalho é baseado em parceria e busca de conhecimento”, ressaltou, exemplificando com uma encomenda de três mil peças que a empresa recebeu e só conseguiu concluir com a participação de produtores contratados.

Para o ourives Márcio Walbi Silva, o ciclo de palestras proporcionou mais conhecimentos e oportunidades, que poderão, através de parcerias, aperfeiçoar o trabalho que ele desenvolve. Com o mesmo ânimo, compartilhado pelos participantes do encontro, a ourives Jéssica Carvalho falou do desejo de não só integrar o Programa Polo Joalheiro, como de buscar mais conhecimentos em cursos superiores na área de design.
“Para nós, que somos pequenos empreendedores, está sendo importante porque muitos não têm formação e o que sabem aprenderam na prática. Essa dimensão do projeto é de extrema importância também porque pode gerar mais trabalho para os ourives de Abaetetuba”, disse Jéssica, que tem 24 anos e aprendeu a arte da ourivesaria desde os 12, com o tio, o ourives Pedro de Sages.
Texto: Luciane Fiuza – Ascom Igama

Fotos: Ascom Igama

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