Polo Joalheiro promove curso de Precificação de Produtos de Moda e Joia

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O curso reuniu cerca de 20 participantes.
Foto: Ascom Igama
Atitudes simples, como pesquisar matéria-prima, calcular custos anuais, lançar mão de técnicas de marketing e promoções, assim como utilizar corretamente ferramentas midiáticas, podem fazer grande diferença na hora do empresário e do micro empreendedor individual estipularem preços aos seus produtos de joalheria ou de moda. Esses e outros tópicos foram abordados, desde o início desta semana, no auditório do Espaço São José Liberto (ESJL), onde aconteceu o curso de "Precificação de Produtos de Moda e Joia: da Criação ao Mercado", promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/Pará).

A atividade integra a programação anual de capacitação e qualificação profissional do Programa Polo Joalheiro do Pará e pretende orientar empreendedores dos segmentos criativos de joia e moda, cadastrados no programa, para a formação de preços de produtos para os mercados consumidores. 

A ministrante convidada, Karina Achôa, de São Paulo (SP), é desenhista industrial, consultora de Design e Produção, diretora de Criação da E. Fechos - Entremeios e Artesanato Mineral e especialista em economia criativa. Economizar tempo e custo de produção, aumentando a competitividade, bem como o tripé “material utilizado, serviço e valor percebido”, foram abordagens feitas pela consultora durante as aulas. Ela orientou os participantes sobre cada etapa do processo de precificação e suas variadas características: a do material, do serviço em si e do valor percebido.

Sobre a produção artesanal com criações a partir de projeto único, de acordo com a consultora, o aspecto de exclusividade no design e a matéria-prima selecionada dessas criações deverá ter esse diferencial agregado no custo final e isso deve ficar claro para o cliente. Na hora de precificar uma joia ou acessório de moda, todos precisam estar atentos, ainda, para entraves que possam surgir no processo, como dificuldades técnicas de atraso na entrega do material ou do serviço. “Isso pode encarecer o produto e, nesse caso, ou a empresa arca com a diferença ou vai conversar com o cliente. Em geral, você vai conseguir dar o preço estimado por hora de trabalho e mão de obra”, explicou.

O curso integra a agenda anual de qualificação profissional do Polo Joalheiro.
Foto: Ascom Igama
Entre os 20 participantes do curso está Kelly Badarane, proprietária da Kdesign Acessórios, micro empresa de bijuterias e acessórios de moda, participante, desde 2003, do Programa Polo Joalheiro. A empresária já ficou em primeiro lugar na categoria Pará e em segundo na categoria nacional, como Mulher Empreendedora Sebrae Pará e Segundo Norte. Um dos “segredos” do sucesso de Kelly está na divulgação que ela mesma faz dos seus produtos em mídias sociais. Após as peças serem fotografadas pela empresária, as imagens são tratadas por meio dos programas Corel e Ligthtroom, investimento feito após dicas recebidas em um curso da Eduk, que promove aulas ao vivo e gratuitas pela internet. “Com o tempo fui aprimorando a técnica e o olhar nas fotos. E esse curso de ‘Precificação’ é de fundamental importância para a nossa empresa, pela experiência repassada pela Karina Achôa”, disse Kelly.

Na opinião da empresária Shirley Kerber, da empresa Zeus, situada no ESJL desde a sua inauguração, em 2002, o momento foi uma oportunidade para entender mais sobre diferenças de preços entre produtos no mercado. A empresária soma 18 anos de experiência na área de joias,onde tem expandido sua atuação. Segundo ela, o curso também foi uma oportunidade de estreitamento de relações com produtores da área da moda, onde ela também atua em parceria com empresas que promovem casamentos e criação de trajes, acessórios e joias.

Produtividade e marketing

Karina Achôa falou que está acostumada a trabalhar com turmas heterogêneas, o que considera um fator positivo e motivador por gerar criatividade e troca de conhecimentos. Ela citou o trabalho de Celeste Heitmann, artista plástica, designer de joias e acessórios de moda com 30 anos de experiência, com destaque na produção de bolsas com material sustentável.

“Eu vejo as pessoas bem motivadas e interessadas, como a Celeste, que falou que o curso está ampliando sua visão sobre o assunto. Os participantes já sabem, por exemplo, o valor dos impostos porque isso vem para eles; o que falta é esse meio de campo para perceberem o que não foi avaliado e o que pode ser melhorado nos ganhos”, explicou a consultora, lembrando sobre a necessidade de elaboração de uma conta anual detalhada de ganhos, pagamentos e custos de pequenas ações, como mão de obra, para que seja percebido o que não foi avaliado e pode ser inserido no ganho. Em relação a descontos e promoções, os valores devem ser calculados e estabelecidos na formação de preços.  
Celeste Heitmann (esquerda) ouve as orientações da consultora Karina Achôa.
Foto: Ascom Igama
Nas aulas também foi dito que é viável o próprio empreendedor fazer as contas e o lançamento dos custos em planilhas específicas para que tenha mais domínio sobre seus próprios gastos. Outro aspecto frisado foi o papel do marketing, especialmente, o das mídias sociais, cada vez mais acessadas. Segundo ela, seja na joalheria, onde os custos quase sempre são maiores, quanto na área da moda, o marketing é essencial para dar visibilidade e valor a esta produção, mas sua utilização deve ser racional e feita com método.

As redes sociais são uma das principais formas de venda de Celeste Heitmann, que dedica, diariamente, muitas horas para divulgar seus produtos nas suas contas do Facebook e do Instagram. “As planilhas são importantes na hora da precificação. Sobre o marketing, ela (Karina Achôa) achou muito boa a forma como conduzo, diariamente, meu trabalho nas mídias. Na verdade, após o café da manhã, essa é a primeira etapa do meu trabalho e tem me ajudando bastante nas vendas, pois consigo atingir clientes não só daqui, como de outros estados e países”, comentou a designer.

Celeste Heitmaan contou ainda que o curso a ensinou a evitar custos desnecessários no processo produtivo. “Aprendi  como fazer certas economias, poupar e criar uma reserva. O Polo Joalheiro do Pará está de parabéns por investir sempre em nosso crescimento profissional”, finalizou.

Economia criativa

Rosa Helena Neves, diretora executiva do Programa Polo Joalheiro do Pará, Igama e Espaço São José Liberto, avaliou que a realização do curso atendeu uma demanda de profissionais do setor de joia e moda e que a metodologia adotada permitiu uma boa troca de experiências para o fortalecimento da capacidade empreendedora dos microempresários e empreendedores individuais participantes. Ela informou, ainda, que no dia 28 de maio, dando prosseguimento a agenda de qualificação, acontecerá o Seminário “Propriedade Intelectual na Moda, Joia e Artesanato”, que será proferida por professores da Universidade Estadual do Pará (Uepa).  

“Nossa proposta é continuar fortalecendo as competências criativas. E o tema ‘propriedade intelectual’ é importantíssimo no funcionamento e dinamização da economia criativa. Vale a pena participar!”, reforçou a diretora.

As inscrições podem ser feitas pelos telefones 3344-3500 e 3344-3518.

Luciane Fiuza

São José Liberto




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