Curso de lapidação básica prepara novos profissionais para um mercado em expansão

Leila Salame demonstra técnica para uma
das participantes do curso de lapidação.
Foto: Igama/Divulgação
Formar profissionais para integrar o setor produtivo da joalheria, além de incentivar o empreendedorismo dos participantes com dinâmicas teóricas e aplicação prática. Com essas propostas foi realizado, de 15 de setembro a 4 de novembro, na unidade produtiva de ourivesaria e lapidação da Escola Rahma, o curso de Lapidação Básica, ministrado pela gemóloga e lapidária Leila Salame, proprietária da loja Gemas do Mundo, situada no Espaço São José Liberto (ESJL).

A atividade integra a agenda anual de capacitação profissional do Polo Joalheiro do Pará, desenvolvida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

Foram capacitados na área de lapidação de gemas 13 profissionais com pouca ou nenhuma qualificação em lapidação artesanal, todos integrantes do Programa Polo Joalheiro do Pará. De acordo com a diretora executiva do Igama, Rosa Helena Neves, a iniciativa pretende suprir a demanda crescente deste setor da joalheria, promovendo a especialização da mão de obra existente e formando novos profissionais para inclusão no mercado.

Segundo Leila Salame, o curso proporcionou aos participantes a oportunidade de se aprimorarem em suas profissões ou de entrarem em um novo mercado, contando com treinamento e capacitação adequada. “Comecei o curso pelo projeto porque nós estamos precisando de lapidários, e a procura é grande. É incrível o interesse deles em aprender lapidação. Quando é divulgado pelo ESJL que terá curso, muitos demonstram interesse, como os vendedores de joias e as pessoas do ramo que querem se aprimorar”, contou a lapidária.

Atendendo às especificações técnicas da qualificação efetivada em lapidação artesanal, e visando um rendimento satisfatório dos participantes, o curso disponibilizou um número limitado de vagas. Durante as aulas, os alunos realizaram dinâmicas de grupo e aprenderam a manusear corretamente ferramentas e máquinas.
Maria do Carmo Cardoso, contadora e participante das programações
oferecidas pelo Polo Joalheiro. Foto: Igama/Divulgação
Conteúdo - Leila Salame explicou que, no início do curso, os alunos expressaram o desejo “de ser lapidários ou de aprender a lapidação”, objetivo plenamente alcançado por cada participante no final da programação. Em seu conteúdo o curso ofereceu dinâmicas de formação prática, apresentando os equipamentos necessários para o trabalho, além de ensinar como classificar, serrar e formar uma gema a partir de seu estado bruto, transformando a rocha “in natura” em uma peça trabalhada.

Um dos participantes da oficina foi Gilberto Gomes do Amaral, representante da Cooperativa Mista dos Garimpeiros da Ressaca, Itata, Galo, Ouro Verde, e Ilha da Fazenda (COOMGRIF), da região de Altamira. Ele se inscreveu no curso com o intuito de repassar os conhecimentos adquiridos para outros profissionais de sua região, tornando-se um empreendedor qualificado nesta área.

Outra aluna do curso, a contadora Maria do Carmo Cardoso, é participante assídua das programações oferecidas pelo Polo Joalheiro, onde obteve formação profissional em ourivesaria e outras áreas do setor. “Estou adorando o curso. Sempre quis fazer lapidação e não imaginava que pudesse ser tão interessante. Para mim está sendo um aprendizado que vou levar para a vida inteira”, relatou.

Maria do Carmo disse que o interesse por joias vem desde a infância. Ainda menina, ela costumava montar algumas peças com as joias da mãe. Após os filhos crescerem e saírem de casa, Maria do Carmo teve mais tempo para se dedicar à joalheria. “Pretendo fazer mais cursos e me especializar na profissão. Força de vontade não me falta”, afirmou ela, que já cria joias.
Gilberto Gomes do Amaral, representante da Cooperativa COOMGRIF,
da região de Altamira. Foto: Igama/Divulgação
O ourives Robson Ribeiro trabalha no ramo há cinco anos, mas não possuía noções de lapidação. Seus trabalhos eram voltados para a ourivesaria e cravação de gemas. Ele começou a se interessar pela lapidação por intermédio de um amigo, que lhe ensinou os primeiros passos. Com a vontade de aprender mais e vendo a necessidade de trabalhar também nessa área da joalheria, Robson aproveitou a oportunidade.

O curso foi maravilhoso. Pude entender mais um pouco dos processos de criação de uma joia. Isso é fundamental para aprimorar os conhecimentos e para que eu possa me destacar no mercado joalheiro. Eu sempre via a pedra já lapidada, agora sei que a lapidação exige um profissional qualificado, por ser uma arte”, explicou Robson Ribeiro.

Resultado positivo - O resultado para os alunos, na opinião de Leila Salame, foi muito bom, tendo em vista o interesse e curiosidade demonstrados nas aulas. “Eles não iam embora. Não pararam, muitas vezes, nem para lanchar, porque a curiosidade pela ‘coisa nova’ da lapidação foi muito interessante”, ressaltou.

O Igama, periodicamente, promove cursos de capacitação profissional para os integrantes do programa e profissionais da rede de prestadores de serviço na área de joalheria. A programação de cursos e eventos é divulgada mensalmente, e as vagas são destinadas à formação de novos profissionais e qualificação especializada dos que integram a cadeia produtiva.

As gemas lapidadas durante o curso, segundo a direção do Polo Joalheiro, serão mostradas em uma exposição, ainda sem data definida. É uma forma de exibir a evolução de cada aluno e gerar cada vez mais interesse para essa etapa tão importante da joalheria.

Ascom/Igama




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