Martinica planeja implantar polo joalheiro usando o modelo paraense

Espaço São José Liberto.
Foto: Geraldo Ramos
Um projeto nos moldes do espaço criativo do Polo Joalheiro/ Espaço São José Liberto deverá ser implantado na Martinica. Em reunião na última terça-feira (26), Manuella Toussay, adida de cooperação representando a Autoridade Regional da Martinica junto à Embaixada da França em Brasília, convidou a secretária Maria Amélia Enríquez, titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), para tratar da estratégia de desenvolvimento do projeto do Polo de Joalheiro a ser criado na Martinica, já que o Espaço São José Liberto é vinculado à Seicom.

A proposta é que o departamento ultramarino francês, situado no mar do Caribe, receba o apoio técnico do governo do Estado, por meio da Seicom e do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), do Consórcio Joias do Pará e demais joalheiros do Espaço São José Liberto, para o planejamento, capacitação técnica, apoio institucional e comercial ao centro criativo.

Para Manuella Toussay, é muito importante aproximar Pará e Martinica, que ficam a apenas três horas de distância aérea e podem ser grandes parceiros comerciais. “Precisamos da expertise de vários parceiros institucionais paraenses, pois a intenção é que seja uma cooperação ganha-ganha. São 35 milhões de pessoas no Caribe inteiro, e a Martinica pode servir como uma vitrine do Pará na Europa. É uma rica oportunidade de negócios para todos. A implantação do polo joalheiro com a parceria do Pará é uma ação inovadora que vai gerar empregos, capacitação e negócios”, disse.

Reunião de Planejamento.
Foto: Ascom/Seicom
Maria Amélia relembrou que essa é a primeira ação concreta do protocolo de cooperação descentralizada, que permite estreitar as relações econômicas, sociais, ambientais e de pesquisa entre o Pará e a Martinica, assinado em abril deste ano pelo governador Simão Jatene e pelo presidente da Martinica, Serge Letchimy.

De tudo que foi apresentado, o interesse maior foi pelo projeto do São José Liberto. Por ser um espaço multifuncional e que pode conciliar as atividades produtivas da joalheria, ourivesaria, design, moda, turismo e cultura, torna-se muito interessante para a Martinica, pois tem um grande apelo turístico e pode-se, assim, valorizar ainda mais sua cultura, sua economia. Para nós no Pará é uma oportunidade única de estar exportando um modelo que tem demonstrado muita eficiência, pois o projeto está numa ótima fase de amadurecimento”, disse.

A Seicom será o ponto focal para o andamento do projeto de criação do polo martiniquense. Em 23 de setembro, a secretaria deverá receber um grupo de ourives do departamento ultramarino, que participarão de uma agenda de apresentação e treinamento no Espaço São José Liberto, para a formação de ourives e joalheiros com práticas manuais e não industriais, que darão mais personalidade ao trabalho.

Para João Amorim, do Consórcio Joias do Pará, que também faz parte do projeto, o fato de a produção das joias ser de forma artesanal e poder gerar mais emprego e renda localmente é muito mais interessante. “Além de capacitar vamos fomentar o comércio entre a Martinica e o Pará, para que essa parceria perdure por muitos anos, fazendo com que o Pará se destaque mais na balança comercial de gemas e joias”, afirmou.

Na semana passada, Maria Amélia esteve em Itaituba, sudoeste do Pará, participando da Agenda de Desenvolvimento Territorial Tapajós, onde aproveitou para fortalecer o pacto federativo. O evento teve a presença de representante do Ministério de Minas e Energia. A parceria firmada com a prefeitura local promoverá a instalação da Seicom no município, com a expectativa de alavancar a economia local. Já estão agendadas ações de fiscalização da mineração, e devido à taxa mineral, são programadas ações de desenvolvimento local a partir da base mineira para dinamizar a economia, além de resgatar a essência do projeto de gemas e joias, ao fortalecer a cadeia de fornecedores.

Temos a produção do São José Liberto que precisa ter maior acesso à oferta de matéria prima local. A região de Itaituba produz ouro desde os anos cinquenta, mas por conta da informalidade e do descaminho do ouro, não estávamos conseguindo uma via segura de oferta desse ouro para produção aqui, assim como das pedras preciosas e diamantes. Com a instalação da Seicom no município será possível aproximar esses dois elos da cadeia produtiva: o elo da produção da matéria-prima e o elo da transformação da matéria-prima, que é a essência do projeto de gemas e joias do Pará. Assim poderemos firmar ainda uma ótima oportunidade de mercado junto ao projeto de criação do Polo Joalheiro da Martinica”, disse a secretária.


Ascom/Igama




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