Designer italiana encerra oficina no Curro Velho e visita exposição no Polo Joalheiro

 Tatiana Oliveira, Selma Montenegro, Rosa Helena Neves, Emanuela Bergonzoni, Paollo Carlucci e Márcia Vieira, na entrada da exposição AuDITIONS Brasil. Foto: Igama/Divulgação

A oficina “Alumiar: laboratório de design, resíduos materiais e industriais”, ministrada pela designer italiana Emanuela Bergonzoni, da Academia de Belas Artes de Bolonha, na Itália, foi encerrada nesta quinta-feira (24), na Fundação Curro Velho (FCV).

A oficina faz parte do intercâmbio na área de Artes, iniciado em maio entre a Fundação Curro Velho, a Academia de Belas Artes de Bolonha e o Projeto Cultural Casa Rosada, com o patrocínio da empresa Alubar Metais e Cabos. A atividade integra a quarta etapa do intercâmbio cultural entre o Pará e a Itália, que objetiva fortalecer a relação entre a academia italiana e a Casa Rosada.

A designer incentivou a cultura de reaproveitamento de materiais que não serão mais utilizados pela empresa. Além da sustentabilidade, a oficina explorou a troca de experiências entre a artista italiana, que veio ensinar técnicas de utilização do material, e a FCV, que pratica a reutilização de insumos naturais e industriais. “Fiquei impressionada com a capacidade de transformação que os laboratórios da Fundação Curro Velho fazem com materiais que seriam despejados na natureza”, afirmou Emanuela Bergonzoni.

A oficina, destinada a funcionários e instrutores da Fundação Curro Velho, foi dividida em dois turnos, com 12 aprendizes pela manhã e nove à tarde. Eles fizeram trabalhos de experimentação e ambientação do material. “A oficina é a finalização do intercâmbio, na qual fizemos a ambientação dos resíduos plásticos. Descobrimos, através de experimentos, que é possível fazer tapetes, tatames e outros itens, que podem ser usados em casa”, disse o técnico em Gestão Cultural da instituição e designer, Tadeu Nunes.

O artista visual Marcelo Lobato, que é instrutor da Fundação Curro Velho, destacou a importância do conhecimento pessoal que adquiriu na oficina. “É uma oportunidade de conhecimento pessoal. Para mim foi um prazer pesquisar e experimentar esse material, que pode ser utilizado no Carnaval e no Círio, gerando renda para a população”, acrescentou Marcelo.

Segundo Dina Oliveira, superintendente da Fundação Curro Velho, a oficina “Alumiar” resultou em um trabalho coletivo do grupo. “Esse momento foi uma troca de experiências, saberes e pesquisa do material. Pretendemos dar continuidade, com a pesquisa do material na Fundação Curro Velho”, informou.  
Selma Montenegro, Emanuela Bergonzoni e Rosa Helena Neves. Foto: Igama/Divulgação
Joalheria - Emanuela Bergonzoni, que também é eco-design de joias e professora de Design de Acessórios do curso de Fashion Design da Universidade de Bolonha, esteve no Espaço São José Liberto na noite da última quarta-feira (23).

Recebida por Rosa Helena Neves, diretora do São José Liberto e do Programa Polo Joalheiro do Pará, a professora italiana visitou a exposição “Brasilidade”, resultado do concurso de joias em ouro AuDITIONS Brasil, montada no Coliseu das Artes, no espaço, até sexta-feira (25).

Emanuela Bergonzoni, que tem cerca de 30 anos de experiência no setor joalheiro, visitou o espaço acompanhada de Márcia Vieira, coordenadora de Projetos Internacionais da Casa Rosada, e Paolo Carlucci, tradutor, consultor internacional nas áreas de cultura, economia e turismo, e representante da Associação de Imprensa Italiana no Brasil.

O grupo também conversou com a designer paraense Selma Montenegro, criadora do colar “Açaí”, uma das 18 joias da exposição do AuDITIONS Brasil, e Tatiane Oliveira, coordenadora de Eventos da empresa HC Promoções e Eventos, responsável pela produção executiva da exposição.

Selma Montenegro falou sobre o processo artesanal de criação do colar em ouro “Açaí”, patrocinado pela escola de ourivesaria Rahma. Além do metal nobre, a joia é composta por madeira certificada, caroço de tucumã e fibra de arumã (fruto da Amazônia).

A designer explicou que ourives, marceneiros e artesãos fizeram parte da equipe que produziu o colar, e revelou curiosidades sobre o processo, como a utilização de bolas de bilhar para ajudar a criar moldes para as esferas ocas em madeira, e a utilização de bolas de isopor para ajudar a dar o formato redondo da peça.

Sobre o colar, Emanuela Bergonzoni disse que é “muito interessante a união dos materiais com o mineral ouro, e também a construção da esfera como símbolo cósmico. Ela (Selma Montenegro) não mudou muito essa simbologia. A mensagem que a joia deixa é muito clara e feminina, porque é redonda, e as formas redondas são símbolos de feminilidade”.

A designer italiana definiu a exposição como “lindíssima”. Para ela, “as criações nos levam ao imaginário brasileiro e a seus universos distintos. Com muita criatividade e diversidade, representam a cultura e a riqueza do Brasil”.

Intercâmbio - Em novembro do ano passado, Emanuela e mais cinco profissionais italianos, entre designers de joias e críticos de arte, conheceram o Espaço São José Liberto e detalhes do trabalho desenvolvido pelos ourives, designers, artesãos, lapidários e produtores do Programa Polo Joalheiro, mantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), sendo gerenciado pela Organização Social (OS) Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

A visita da designer italiana ao Estado, na opinião de Rosa Helena Neves, é sempre oportuna e estratégica, pois possibilita a troca de experiências entre os profissionais da área e o fomento ao conhecimento de técnicas tradicionais e inovadoras na criação de joias.

Segundo Márcia Vieira, a Casa Rosada, a Academia de Bolonha e o Espaço São José Liberto estudam a proposta de realizar, em 2014, no espaço, uma conferência e uma mostra da nova coleção de joias artesanais de Emanuela Bergonzoni, denominada “Virtude Revelada”.

As 21 peças que a designer pretende trazer ao Brasil foram produzidas com técnicas manuais e matéria prima do Pará, adquirida quando ela veio ao Estado, em 2012, como vértebras de jiboia, plumas de araras (coletadas embaixo das árvores onde estavam as aves) e caroço de açaí.

Ascom/Igama e Ascom/FCV

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