Pingentes criados e confeccionados por profissionais do Polo Joalheiro do Pará |
O desfile da Imperatriz Leopoldinense na Marquês de Sapucaí promete mostrar a diversidade cultural paraense, como o Círio de Nazaré, o Ver-o-Peso, o Festival do Sairé, a Marujada, o tecnobrega e todo o encanto da lendas regionais, como a do muiraquitã, que conta como o amuleto era presenteado pelas lendárias índias Amazonas aos guerreiros que demonstrassem força e bravura.
Pingente de prata com gema orgânica |
A criação e a produção de joias inspiradas na diversidade cultural do Estado, segundo Rosa Helena Neves, diretora do Espaço São José Liberto, têm sido uma marca na trajetória do design de joias incentivado pelo Programa Polo Joalheiro do Pará. “O muiraquitã é um dos símbolos culturais representados na produção joalheira, tanto literal quanto na releitura contemporânea realizada pelos designers paraenses”, reitera.
Os pingentes foram adquiridos nas empresas DaNatureza, Montenegro’s, Ourama, Ourogema e Amazonita, que comercializam seus produtos no Espaço São José Liberto. De tamanho e formatos diversos, as joias inspiradas no amuleto foram criados por profissionais do Programa Polo Joalheiro, como as designers Joseli Limão e Selma Montenegro, os ourives Onésimo Calado e Edinaldo Pereira e as equipes das quatro empresas.
A designer Selma Montenegro destaca o orgulho de participar da homenagem ao Estado do Pará. |
ORGULHO - A participação na homenagem feita pelo Carnaval carioca ao Estado do Pará é motivo de orgulho para os profissionais do São José Liberto. “É mais uma forma de a gente divulgar o nosso trabalho em termos de joalheria, a nossa evolução. E bom poder ver as nossas lendas, nosso design, nossa matéria prima diferenciada e todas as vertentes da nossa cultura sendo divulgadas”, declarou a designer Selma Montenegro, acrescentando que o muiraquitã é um “ícone” do trabalho do Polo Joalheiro, sendo procurado por compradores de todo o mundo. Joseli Limão, que integra o Polo Joalheiro desde sua criação, em 2002, disse que “a evolução das peças reflete a própria evolução dos profissionais do espaço".
O toque especial dos pingentes oferecidos pela Setur é a pintura manual feita na caixa confeccionada pela designer e artista plástica Celeste Heittman, também ligada ao Polo Joalheiro. As tampas das embalagens retratam o Ver-o-Peso, um dos mais conhecidos cartões postais do Pará. “Ao pensar na criação logo me veio a ideia do Mercado Ver-o-Peso. Não é novidade que sou uma apaixonada pela sétima Maravilha do Brasil. E a tendência art nouveau é a mais recorrente nas minhas telas, que tenho a felicidade de tê-las dentro e fora do Brasil”, contou Celeste Heittman.
Pintura da caixa faz referência ao Ver-o-Peso |
De acordo com a tese, os muiraquitãs, também conhecidos como pedra verde, são artefatos de pedra confeccionados em minerais ou rochas de elevada dureza, e cuidadosamente esculpidos em formas variadas. Como o jade é desconhecido na Amazônia, os muiraquitãs, durante muito tempo, foram considerados vestígios de antigas culturas asiáticas.
Exemplares de Muiraquitãs do Baixo Amazonas expostos no Museu de Gemas do Pará |
LENDA – Na Amazônia, uma das lendas indígenas mais conhecidas sobre o amuleto de cor verde, talhado em pedra, é a que define o muiraquitã como um objeto utilizado pelas mulheres Tapajoaras (da área de influência do Rio Tapajós, no oeste do Pará), para prevenir doenças e evitar a infertilidade.
A popularidade do amuleto se espalhou pelo Baixo Amazonas até o Caribe, onde exemplares do muiraquitã foram encontrados. Sua origem pode estar ligada às índias guerreiras da lendária tribo Ikamiabas (ou Amazonas), que viviam na Região do Baixo Amazonas em uma tribo isolada, às margens do Rio Nhamundá.
Ascom/Igama
FOTOS dos pingentes e da embalagem: Igama/Divulgação
FOTO da designer Selma Montenegro: Studio Oliveira
FOTOS dos Muiraquitãs: Anna Cristina Resque
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