A harmonia entre inovação e sustentabilidade marca o projeto de ambientação do estande do Espaço São José Liberto na Casa Cor Pará 2012, que nesta segunda edição em Belém acontecerá de 5 de outubro a 20 de novembro, com o tema “Moda, Estilo e Tecnologia”. Assinado pelos arquitetos Emanuel Franco, Vitor Blanco, Terezinha Abrahim e Anne Porpino, o projeto poderá ser visto pelo público que visitar o evento, instalado em uma área revitalizada ao lado do São José Liberto.
Como uma homenagem à própria versatilidade do local que por mais de um século foi cadeia pública e presídio, e há 10 anos abriga o Polo Joalheiro, a Casa do Artesão e o Museu de Gemas do Pará, o projeto denominado “Espaço São José Liberto” busca, segundo seus criadores, uma associação de linguagens visuais que perpassam pelo universo popular e pelas concepções contemporâneas de interiores, com o objetivo de valorizar, ainda mais, os produtos que serão apresentados ao público da Casa Cor.
Nas vitrines do estande serão expostas joias artesanais confeccionadas com gemas minerais, orgânicas e vegetais, manualidades, acessórios de moda e artesanato (utilitário e decorativo), criados por designers, ourives, lapidários e artesãos, e produzidos por empresários vinculados ao Polo Joalheiro do Pará, programa desenvolvido pelo Governo do Estado e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), que também administra o Espaço São José Liberto, em parceria com a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).
Segundo Emanuel Franco, que também é artista visual, o projeto de ambientação para a Casa Cor Pará precisou de quase um mês para ser finalizado, e de mais 60 dias para execução.
Arquitetos desenvolvem projeto de ambientação inovador e baseado na sustentabilidade. FOTO: DIVULGAÇÃO |
ECONOMIA CRIATIVA - Na opinião de Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama, a Casa Cor Pará é um espaço consolidado de produção, difusão e circulação de bens e serviços criativos, dentro e fora do Estado, caracterizando-se como instrumento que impulsiona a economia criativa no país. “A nossa expectativa é que, a partir da Casa Cor, ampliaremos a comercialização de joias, artesanatos e acessórios de moda, produzidos no âmbito do Polo Joalheiro, permitindo ao público visitante a contemplação e a difusão do trabalho artesanal primoroso dos designers, microempresários e artesãos que comercializam sua produção no Espaço São José Liberto, e tão bem representam o nosso Estado”, ressalta Rosa Helena Neves.
Sob esta ótica, afirma Emanuel Franco, a intenção do grupo de arquitetos é levar para a Casa Cor Pará uma mostra do que é visto nos ambientes expositivos do São José Liberto e no universo de produção dos profissionais envolvidos. “No projeto, a gente priorizou material regional, já que a ideia é falar da região. A Casa Cor Pará, de modo geral, une as tendências com uma linguagem amazônica. O nosso espaço tende ao moderno, mas com uma linguagem regional, identificada na nossa matéria prima”, destaca Terezinha Abrahim, informando que, entre os produtos utilizados na execução do projeto estão madeira, cerâmica, barro e miriti.
Para a arquiteta Anne Porpino, o projeto do grupo une “beleza e funcionalidade”, com base em práticas sustentáveis.
Painel da Casa do Artesão inspira estande do Espaço São José Liberto na Casa Cor Pará 2012. FOTO: IGAMA DIVULGAÇÃO |
CRIATIVIDADE – Concebido sob a ótica da sustentabilidade, o projeto também se destaca pela criatividade. Um exemplo disso, contaTerezinha Abrahim, é um pedaço de madeira recolhido durante a obra para a Casa Cor, que será uma peça decorativa do ambiente.
Segundo Emanuel Franco, sendo o local escolhido para a segunda edição da Casa Cor Pará um dos galpões de uma empresa local, foram necessárias adaptações e reformas para adequar o espaço à demanda expositiva do projeto, o que resultou no aproveitamento de materiais retirados de forros e telhados.
Peças de madeira e outros materiais de demolição, diz o arquiteto, ficaram à disposição de todos durante o andamento das obras. “Com isso, conseguimos incorporar ao ambiente do São José Liberto alguns desses elementos, entre os quais uma viga de madeira, desgastada pelo uso, que delimitará um pano de parede”, acrescenta.
Terezinha Abrahim adianta que, no centro do estande, um tubo de cerâmica vai iluminar, no teto, um casco de embarcação regional, localizado entre vigas de madeira, numa referência ao painel "Rio vertical", instalação que compõe o projeto visual da Casa do Artesão, no Espaço São Jose Liberto, criado por Emanuel Franco.
Os elementos de cerâmica que ficarão no centro do ambiente, confeccionados nas olarias do Paracuri, na Vila de Icoaraci (distrito de Belém), também servirão como suporte para as peças expostas.
Para realçar e valorizar cada peça, em volta das cerâmicas haverá círculos de espelhos, com adesivos transparentes de imagens fotográficas de leitos de rios. “É um projeto de iniciativa coletiva, idealizado para a valorização da nossa identidade sociocultural, aliado aos padrões estéticos atuais”, conclui Emanuel Franco.
NATUREZA – Elementos naturais marcantes da Amazônia, como a água, também fazem parte do projeto. Será criada uma cascata no fundo do estande, compondo um cenário representativo das riquezas regionais. “As cores terrosas, que formarão uma parede viva, farão alusão à mata. A ideia é usar, ainda, vegetação natural”, acrescenta Terezinha Abrahim.
De acordo com o arquiteto Vitor Blanco, o projeto pretende valorizar aspectos referentes ao São José Liberto, por meio da utilização de elementos cerâmicos, regionais, cores em tom pastel e a água, que também simboliza também a leveza e a energia do local, para dar mais valor sobre as peças artesanais que serão expostas no estande.
Como suporte das peças, distribuídas em nichos longitudinais de vidro, serão usados objetos da carpintaria naval, tecelagem, artefatos da culinária regional e de uso tradicional dos ribeirinhos.
Todos os elementos visuais serão valorizados por um design de luz especialmente concebido para o estande. “O que se pretende é uma parceria saudável no ambiente projetado, sem interferências de ambas as partes, e que resulte num ambiente de fácil acessibilidade, conforto e integração com o visitante”, complementa Emanuel Franco, que com 32 anos de produção artística é uma referência no Pará, tanto pelos trabalhos premiados quanto pela participação como curador em várias exposições.
Rosa Helena Neves lembra que todas as peças levadas à Casa Cor Pará 2012 refletem a valorização do trabalho artesanal inovador, com edições limitadas e exclusivas, que agregam a importância do consumo consciente.
SERVIÇO: O estande do São José Liberto poderá ser visitado durante a realização da “Casa Cor Pará 2012 – Moda, Estilo e Tecnologia”, de 5 de outubro a 20 de novembro, no prédio anexo à empresa Importadora, na Avenida Conselheiro Furtado (ao lado do Espaço São José Liberto).
Ascom/Igama
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