Polo do Pará vai expor coleção de joias e acessórios de moda na Rio+20

A tecnologia em sintonia com os saberes tradicionais e a relação do homem com a natureza, dentro de um processo sustentável, é a base da segunda coleção de joias e acessórios de moda, que profissionais vinculados ao Espaço São José Liberto já estão criando para a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá no Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), de 13 a 22 de junho de junho próximo.

A coleção, que está sendo criada em um workshop coordenado pela jornalista e consultora de Moda e Estilo Cristina Franco, no auditório do Espaço São José Liberto, tem na brasilidade da Semana de Arte Moderna uma de suas fontes. “No Manifesto Pau Brasil, de Oswald de Andrade, ele defende que o país tem a base dupla e permanente - a floresta e a escola. Aqui na Amazônia esses dois elementos primordiais estão no quintal, ao nosso alcance”, diz Cristina Franco, que trabalha a concepção da coleção a partir de três eixos: flora, fauna e minerais.

“O mercado internacional está voltado pra isso – estampas tropicais, gemas coradas, água, vida”, ressalta a consultora, que encerra o workshop nesta sexta-feira (27) sempre incentivando a criatividade dos 27 profissionais de design envolvidos na criação da coleção, mas em harmonia com as tendências do mercado.

“O artesanal é a espinha dorsal do luxo. E as estatísticas sobre o luxo são inacreditáveis, pois é um setor que movimenta bilhões de dólares no planeta”, afirma Cristina, ressaltando que a indústria do luxo “trabalha com o desejo, em uma conexão direta entre produto e consumidor. Por isso privilegia o diferente. E aqui, o próprio São José Liberto já é um espaço único, se constituindo em uma marca de produtos de qualidade, dentro de um conceito de sustentabilidade ambiental, social e econômica”.

Inovação - A coleção que será exposta na Rio+20 vai mostrar aos mais de 80 mil visitantes esperados para o evento – 50 mil credenciados para o evento oficial e 30 mil para a Cúpula dos Povos -, oriundos de 35 países, não apenas as joias e acessórios de moda criados e produzidos no âmbito do Polo Joalheiro do Pará. As técnicas inovadoras desenvolvidas por profissionais locais para a produção de peças para a joalheria e o setor de moda também serão destaque.

Entre essas técnicas, que estão sendo mostradas no workshop, estão a confecção de bolsas a partir do aproveitamento de filtros descartáveis (usados para coar café), desenvolvida por Celeste Heitmann; a esmaltação a frio, que utiliza pigmentos naturais, técnica aprimorada pelo ourives Joelson Leão; as gemas vegetais, criadas pelo ourives Paulo Tavares; os trabalhos em cerâmica com iconografia marajoara e tapajônica, da artesã e pesquisadora Sinéia Hosana; os trabalhos em chifre do mestre artesão Tarcísio, e as criações em cuias e remos do mestre artesão Izaías Lopes.

“O Espaço São José Liberto é referência no incentivo a esse trabalho inovador, voltado principalmente para o aproveitamento de resíduos que seriam descartados na natureza, mas que pelas mãos desses profissionais ganham uma nova vida útil, contribuindo para a preservação do meio ambiente, para a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas nessas atividades e, mais ainda, para a manutenção de uma cultura própria do homem da Amazônia, de seu potencial criativo”, destaca Rosa Helena Neves, diretora executiva do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), instituição que gerencia o Espaço São José Liberto, onde funcionam o Polo Joalheiro, a Casa do Artesão e o Museu de Gemas do Pará.

A união entre design, artesanato, tecnologia e arte, segundo Rosa Helena, cria um produto diferenciado, o “novo luxo”, destinado a um mercado consumidor que valoriza a inovação e a sustentabilidade. “A coleção para a Rio+20 ressaltará a interação da tecnologia com o trabalho manual, das técnicas tradicionais da joalheria com a concepção de sustentabilidade da sociedade do século XXI”, reitera.

Temática - A programação da Conferência Rio+20 está baseada em dois temas principais: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, e “A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”. O objetivo do evento é “a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes”.

A Rio+20, que recebeu esta denominação por marcar os 20 anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), deverá contribuir para a agenda do desenvolvimento sustentável das próximas décadas. A realização do evento está a cargo do Comitê Nacional de Organização da Rio+20, com a parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e GL Events.
 
Ascom/Igama (com informações do site da conferência - http://www.rio20.gov.br)




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