Coleção Joias de Nazaré 2011 busca inspiração nas Madonas do Barroco

Prof.ª Rosa Neves e alunos
Um mergulho no dualismo que permeia a arte barroca, a fim de trazer para os dias atuais o conceito das “Madonas”, traduzindo seus traços e simbolismo em joias, é o objetivo do Workshop de Geração de Produtos: Coleção Joias de Nazaré 2011, que acontece no Espaço São José Liberto até esta sexta-feira (8), das 14 às 19h, sob a coordenação da professora Rosângela Gouvêa, especialista em Educação Profissional e Design de Joias.

A iniciativa, que integra o calendário de capacitação 2011 do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), reúne 35 pessoas, entre designers, estudante de Design e demais profissionais que atuam no setor joalheiro, todos cadastrados no Programa de Desenvolvimento de Gemas e Metais Preciosos do Pará (Polo Joalheiro).

Segundo Rosângela Gouvêa, o processo de criação da coleção inclui a parte teórica, com a abordagem do significado e das características do período Barroco (que vai do século XVI até meados do século XVII), da escola Renascentista, que o antecedeu, e dos períodos Rococó e Neoclássico, que o sucederam. “”As Madonas são mulheres fortes, que transmitem a sensação de acolhimento e proteção. Vamos trabalhar os conceitos do Barroco com a feminilidade expressa em Maria, no sentido amplo da figura materna”, acrescenta.

“Essa base teórica é importante, para que os designers tenham parâmetros para identificar as características do Barroco e buscar os elementos inspiradores para as peças”, ressalta Rosângela Gouvêa, graduada em Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas, e professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Arte Sacra - Esse contato com obras barrocas foi mantido mais diretamente na tarde de quarta-feira (06), quando todos os participantes do workshop visitaram o Museu de Arte Sacra e a Igreja de Santo Alexandre, onde viram esculturas do barroco português e espanhol, e peças com a influência da mão de obra indígena, treinada pelos jesuítas que vieram para a Amazônia. “A visita permitiu observar o Barroco na pintura, na escultura e nas talhas (altares e púlpitos)”, explica Rosângela Gouvêa.

Prof.ª Rosangêla Gouvêa com alunos
Segundo ela, que iniciou nesta quinta-feira (7) a fase de criação das peças, a coleção Joias de Nazaré 2011 apresentará volume, curva, contracurvas e volutas (espirais que representam o infinito e dão sentido de profundidade). “Além disso, vamos usar muito ouro e gemas nas tonalidades do amarelo, vermelho, azul e verde, como citrinos, topázios amarelos, esmeraldas, quartzos verdes, turmalinas azuis, granadas e ágatas”, informa.

O workshop para produção da coleção Joias de Nazaré 2011 este ano selecionou os participantes pelo Edital 03/2011, lançado no último dia 4 de julho. O edital, que especifica as normas para participação no evento, incluindo critérios para apresentação e confecção das peças, também determina os prazos de entrega dos projetos (no próximo dia 12), de comercialização dos projetos (dia 14), de entrega das peças à curadoria (de 1º a 09 e de 12 a 16 de setembro) e o período de exposição da coleção, de 30 de setembro a 31 de outubro.

O edital ofereceu 30 vagas, mas a procura ultrapassou esse limite, e a direção do Igama ampliou o número de participantes. “Nosso objetivo é garantir que todos os designers vinculados ao programa tenham a oportunidade de usufruir dos conhecimentos oferecidos nos workshops de desenvolvimento de produtos. É neles que as coleções lançadas pelo Polo Joalheiro são geradas, daí importância da presença de todos os designers e também dos estudantes da área”, destaca Rosa Helena Neves, diretora executiva do Igama.

A coleção terá um preview no dia 22 de setembro, na abertura do XXVIII Congresso da Abrajet (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo), no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. O evento prevê a participação de 250 jornalistas, brasileiros e estrangeiros, especializados na cobertura turística.

A exposição “Joias de Nazaré 2011”, que pode ser visitada durante todo o mês de outubro no São José Liberto, com entrada franca, é resultado da parceria entre o Igama e o governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect). “A Secult e o São José Liberto realizam esta exposição desde 2003, acompanhando a evolução da capacidade técnica dos profissionais e da qualidade das joias produzidas. Para nossa grata surpresa, a cada anos eles se superam, trazendo sempre para a nossa realidade uma simbologia secular”, reitera Anna Cristina Meireles, diretora do Museu de Gemas do Pará e idealizadora da exposição.


Ascom/Igama


UPDATE:
Fotos de Rodolfo Oliveira - Agência Pará




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