A joia como obra de arte é tema de Simpósio Internacional do Setor Joalheiro

“A joia deve absolutamente olhar a arte, assim como foi no passado, e se liberar da assim chamada maneira de ser concebida, pegando a liberdade expressiva da arte, voltando a sua origem artística”, assim resume a estreita relação que deve existir entre jóia e arte o designer de joias italiano Stefano Ricci, que nesta quarta-feira (26) participa do “Simpósio Internacional Técnico Científico do Setor Joalheiro: Diálogo entre Arte, Design de Joias e Patrimônio Histórico Cultural”, no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, de 8 às 18 horas.

A avaliação de Stefano Ricci, baseada em vasta experiência internacional no setor joalheiro, a joia contemporânea perdeu essa característica de obra de arte, se tornando apenas um bem de consumo. “A joia perdeu a sua prerrogativa de ser um objeto de desejo e, sobretudo, de estimulador do sonho feminino”, ressalta.

Ao lado de Ricci, que está em Belém desde o último dia 10 participando do Workshop Internacional de Ourivesaria, Design e Marketing de Joias, realizado no Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro do Pará, o ourives italiano Claudio Franchi - que também participará do Simpósio -, destaca a necessidade de os profissionais de joalheria conhecerem a história da arte, “a realidade histórica dos homens e mulheres que nos precederam”. “Hoje, nós chamamos de arte simplesmente aquilo que muitas vezes, para o homem moderno, não pode ser alcançado. Há um importante crítico, H. Rosemberg, que define a arte ‘como um modo especial de pensar’. O mesmo conceito deve ser aplicado à joia”, diz ele.

Leitura da arte - Para Claudio Franchi – que é mestre ourives, restaurador, crítico de arte e professor da Universitá Di Roma La Sapienza -, o design de joias não é apenas o desenho. “Antes do desenho existe o conhecimento, a curiosidade, a pesquisa, a experimentação. Sem esses elementos não existe o projeto. O designer deve viver em um estado permanente de atenção”, ressalta Franchi, que abordará no Simpósio o tema “Leitura da Arte para a Cultura de Projeto”, de 09 às 11 horas.

“A Centralidade do Projeto” será tema da palestra de Stefano Ricci, que também é arquiteto e professor da Universitá Di Roma La Sapienza. Para Ricci, autor do design do Anel do Pescador, usado pelo Papa Bento XVI, “a joia deve exprimir conteúdos em termos de poesia e comunicação. A beleza dos materiais e da forma de fazer são argumentações que podem se transformar em poesia. Somente por meio de uma operação intelectual a obra feita por designers e artesãos cultos não é suficiente. A capacidade de síntese dentro do pequeno espaço de uma joia é indispensável para reforçar os conteúdos poéticos”.

A importância da estreita relação entre designer e ourives para a confecção de joia também é destacada por Ricci e Franchi. Sobre a joia paraense, Stefano Ricci foi categórico: “O futuro da jóia do Pará será diretamente proporcional à difusão deste novo modo de sentir e agir entre essas duas diferentes figuras profissionais, ourives e designer”.

A programação do Simpósio Internacional terá ainda a participação da professora, historiadora e arqueóloga Edith Pereira, do Museu Paraense Emílio Goeldi, que abordará “A Arte Indígena da Amazônia – da Pré-história ao Design Moderno de Joias”; da historiadora Lélia Maria da Silva Fernandes, diretora de Patrimônio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), que falará sobre “Preservação Cultural e Sustentabilidade”, e da professora Rosângela Gouvêa, designer de joias e professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa), responsável pela palestra “Apropriação do Imaginário Paraense pelo Design de Joias”.

O “Simpósio Internacional Técnico Científico do Setor Joalheiro: Diálogo entre Arte, Design de Joias e Patrimônio Histórico Cultural” é destinado a profissionais do setor de gemas e joias, estudantes e professores dos cursos de Design, Artes Visuais, Arquitetura, Marketing, Comunicação, História, Administração e Turismo. O evento é uma realização do governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Pará), Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama)/Polo Joalheiro e Organização Social Pará 2000.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico e Organizacional (NDTO), no Espaço São José Liberto/Polo Joalheiro do Pará (Praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas), de 09 às 18 horas ou baixando a ficha de inscrição AQUI e enviando para o email coordenacaondto.igama@hotmail.com


Contato: (91) 3344-3518.

Ascom/Igama

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